Embaixada da Rússia motiva cidadãos a denunciarem ameaças às autoridades portuguesas

A embaixada pede que os cidadãos russos em Portugal denunciem casos de “provocações, ameaças e preconceitos”.

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Manifestação contra a Guerra na Ucrânia juntou cidadaos ucranianos, russos, bielorrussos e portugueses na Praça dos Restauradores Daniel Rocha

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A embaixada da Rússia instou os seus cidadãos em Portugal a contactarem as autoridades portuguesas e o serviço consular em caso de ameaças à sua segurança, na sequência da invasão das forças russas à Ucrânia.

“Em caso de ameaças à sua segurança, deve contactar imediatamente as autoridades portuguesas”, pode ler-se numa nota publicada esta segunda-feira no site oficial da Embaixada da Rússia em Portugal.

Numa mensagem em que incentiva à denúncia de casos de “provocações, ameaças e preconceitos” mas também para que os cidadãos russos em Portugal “não cedam a provocações”, a embaixada lembrou que “no território de um estado estrangeiro” estes estão “na jurisdição do país anfitrião”.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e quase 500 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

Na nota desta segunda-feira, a embaixada da Rússia em Portugal aponta que está em andamento uma operação especial para proteger a vida dos habitantes das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, reconhecidas por Moscovo.

“Essas acções inaceitáveis são registadas tanto por nacionalistas radicais ucranianos, que se infiltraram com sucesso nas fileiras dos manifestantes pela paz, quanto por cidadãos locais que são vítimas da guerra de informação que está a ser travada contra a Rússia devido à sua incapacidade de isolar falsificações óbvias de fluxo de informações destinadas a desacreditar os militares russos”, destacou.

“Agora, mais do que nunca, é importante a coesão da nossa diáspora, a consolidação de esforços no sentido de defender os nossos legítimos direitos e interesses”, acrescenta.

O ataque está a ser condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.

Em Portugal, têm-se multiplicado as manifestações contra a invasão da Ucrânia pela Rússia, com eventos em várias localidades do país, incluindo em frente à embaixada da Rússia, em Lisboa, ou junto ao consulado russo no Porto.