Autarcas e empresários do centro não querem trocar agricultura e turismo por lítio

A discussão do lítio chegou ao centro do país. Prevalecem os receios de destruição ambiental e as dúvidas quanto às vantagens económicas. As autarquias não estão convencidas a interromper uma estratégia virada para a agricultura e turismo para se entregarem à mineração.

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Os protestos contra a exploração de lítio têm acontecido em várias zonas do país. Neste sabado foi a vez dos habitantes do concelho de Felgueiras ESTELA SILVA

Com dez anos, Joana Travessas mudou-se com os pais de Coimbra para a velha casa que a sua mãe acabara de herdar na aldeia de Gandufe, no concelho de Mangualde. Hoje, a engenheira do ambiente, de 44 anos, vive rodeada de carvalhos e oliveiras, cabras, gansos e demais bicharada, dirigindo um empreendimento de turismo rural e uma quinta pedagógica que recebe crianças de todo o país. Gosta de levar os seus hóspedes a fazer degustações de queijo e vinhos na Quinta dos Monteirinhos, que conta com uma paisagem deslumbrante e desimpedida para a serra da Estrela: “Como é que me posso conformar ao pensar que, dentro de uns anos, posso vir a ter uma cratera cheia de poeira ali no meio? Ou ver camiões carregados de minério a passar onde hoje só existe o comboio da Linha da Beira?”, questiona, receosa, a empresária. “Duvido que os hóspedes regressem ou que nos recomendem a alguém.”

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Com dez anos, Joana Travessas mudou-se com os pais de Coimbra para a velha casa que a sua mãe acabara de herdar na aldeia de Gandufe, no concelho de Mangualde. Hoje, a engenheira do ambiente, de 44 anos, vive rodeada de carvalhos e oliveiras, cabras, gansos e demais bicharada, dirigindo um empreendimento de turismo rural e uma quinta pedagógica que recebe crianças de todo o país. Gosta de levar os seus hóspedes a fazer degustações de queijo e vinhos na Quinta dos Monteirinhos, que conta com uma paisagem deslumbrante e desimpedida para a serra da Estrela: “Como é que me posso conformar ao pensar que, dentro de uns anos, posso vir a ter uma cratera cheia de poeira ali no meio? Ou ver camiões carregados de minério a passar onde hoje só existe o comboio da Linha da Beira?”, questiona, receosa, a empresária. “Duvido que os hóspedes regressem ou que nos recomendem a alguém.”