Depois do tsunami, a covid-19: Tonga entra em confinamento

Dois trabalhadores portuários e as suas famílias testaram positivo e o primeiro-ministro tonganês decidiu fechar o país. Apesar de cumpridos todos os protocolos, suspeitas de contágio recaem na ajuda humanitária internacional.

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O navio militar australiano HMAS Adelaide, um dos envolvidos no transporte de material humanitário para a ilha, confirmou 23 casos positivos de covid-19 a bordo POIS CHRISTOPHER SZUMLANSKI/AUSTRALIAN DOD HANDOUT/EPA

Atingida em meados de Janeiro por um violento tsunami, que teve origem numa erupção vulcânica marítima, e ainda a recuperar dos estragos da catástrofe natural, Tonga entrou nesta quarta-feira em confinamento, depois de cinco pessoas – dois funcionários portuários e três familiares seus – terem testado positivo à covid-19, na capital, Nuku’alofa.

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Atingida em meados de Janeiro por um violento tsunami, que teve origem numa erupção vulcânica marítima, e ainda a recuperar dos estragos da catástrofe natural, Tonga entrou nesta quarta-feira em confinamento, depois de cinco pessoas – dois funcionários portuários e três familiares seus – terem testado positivo à covid-19, na capital, Nuku’alofa.

Um dos poucos países, em todo o mundo, que conseguiu manter o coronavírus fora das suas fronteiras – só tinha tido registado um caso positivo em quase dois anos –, a ilha do Oceano Pacífico foi, no entanto, forçada a abrir os seus portos às embarcações de ajuda humanitária internacional, para poder responder às necessidades urgentes da população afectada pelo tsunami.

As suspeitas de contágio recaem, por isso, nos navios da Austrália, da Nova Zelândia, da China, das Fiji e do Reino Unido que atracaram nas últimas semanas nos portos tonganeses.

Na semana passada o navio militar australiano HMAS Adelaide, um dos envolvidos no transporte de material humanitário para a ilha, confirmou 23 casos positivos de covid-19 a bordo.

Ainda assim, segundo o Governo de Tonga e o Exército da Austrália, não parece haver ligações aparentes entre os funcionários portuários que testaram positivo e o HMAS Adelaide, que descarregou o material mais recente no porto de Vuna, diferente daquele onde trabalham os infectados.

Para além disso, os australianos garantem que estão a ser cumpridos todos os protocolos para evitar a transmissão do vírus, como o isolamento do material humanitário – água potável; alimentação; equipamento de resgate; tendas; e vacinas contra a covid-19 – durante três dias.

“Descarregámos [a ajuda humanitária] de uma forma ‘covid-friendly’, sem contactos, e em linha com os procedimentos que acordámos com as autoridades portuárias tonganesas”, disse à Sky News Australia o tenente-general Greg Bilton.

“Não acho que haja qualquer ligação [entre o HMAS Adelaide e os casos positivos em Tonga], não há provas disso”, afirmou o militar.

Tonga entrou oficialmente em confinamento às 18 horas desta quarta-feira (5 horas da manhã em Lisboa) e, de acordo com o primeiro-ministro, Siaosi Sovaleni, a situação vai ser reavaliada a cada 48 horas.

Segundo a Reuters, nas horas que antecederam a entrada em vigor do isolamento obrigatório, centenas de tonganeses fizeram filas às portas das lojas, dos supermercados e dos bancos da ilha.