Esta vacina que te (não) dou

A reincidente exclusão dos professores do ensino superior da “casa aberta” da vacinação é um mero sintoma da falta de respeito do ministro pela classe que tutela.

O título é adaptado de Armando Gama e o que segue acompanha bem essa balada. Hoje vou relatar algo que me dói (ou não) na pele. Quando ouvi que “todos os professores, de todos os graus de ensino” seriam vacinados em “casa aberta” de 6 a 9 deste mês, esfreguei as mãos. “Vá lá, ao menos desta vez, ao contrário do que aconteceu no passado, os docentes universitários também estão abrangidos!”. Munido da segurança da lei e das recomendações da DGS, dirigi-me a um posto de vacinação onde exibi o comprovativo de professor numa universidade. O maçado segurança asseverou-me: “Isto não é para vocês – é só desde o infantário até ao 12.º”. Pedi para falar com “o gerente” do bar aberto. Lá veio uma enfermeira que replicou que podia guardar o cartão porque “já cá têm vindo muitos como você” e “dão aulas na universidade e nem ler sabem”.

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O título é adaptado de Armando Gama e o que segue acompanha bem essa balada. Hoje vou relatar algo que me dói (ou não) na pele. Quando ouvi que “todos os professores, de todos os graus de ensino” seriam vacinados em “casa aberta” de 6 a 9 deste mês, esfreguei as mãos. “Vá lá, ao menos desta vez, ao contrário do que aconteceu no passado, os docentes universitários também estão abrangidos!”. Munido da segurança da lei e das recomendações da DGS, dirigi-me a um posto de vacinação onde exibi o comprovativo de professor numa universidade. O maçado segurança asseverou-me: “Isto não é para vocês – é só desde o infantário até ao 12.º”. Pedi para falar com “o gerente” do bar aberto. Lá veio uma enfermeira que replicou que podia guardar o cartão porque “já cá têm vindo muitos como você” e “dão aulas na universidade e nem ler sabem”.