Não há Jesus e Sousa está difícil. Continua a odisseia europeia do Flamengo

O clube brasileiro continua à procura de treinador e mantém o aliciamento a técnicos com emprego. Paulo Sousa foi dado como certo no clube neste domingo, mas a Polónia não quer abrir mão do português facilmente - há um Mundial para garantir. O negócio não caiu, mas estará mais difícil.

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Paulo Sousa não conseguiu a desvinculação fácil com a Polónia EPA/MAURIZIO DEGL' INNOCENTI

Dirigentes do Flamengo viajaram para Portugal para fecharem a contratação de Jorge Jesus. O plano chegou a ser dado como certo, até depois da derrota do Benfica frente ao FC Porto. Horas depois, a ideia pareceu ter colapsado e o triângulo amoroso entre Jesus, Benfica e Flamengo não passou de uma novela efémera.

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Dirigentes do Flamengo viajaram para Portugal para fecharem a contratação de Jorge Jesus. O plano chegou a ser dado como certo, até depois da derrota do Benfica frente ao FC Porto. Horas depois, a ideia pareceu ter colapsado e o triângulo amoroso entre Jesus, Benfica e Flamengo não passou de uma novela efémera.

A opção seguinte foi Paulo Sousa. Neste domingo, a contratação do actual seleccionador da Polónia foi dada por muita imprensa portuguesa como um negócio fechado. Só faltava um “pequeno pormenor”: que a federação polaca achasse piada à ideia de ficar sem treinador a algumas semanas do play-off de acesso ao Mundial 2022. Não achou e recusou colaborar nesse “roubo” por parte do Flamengo, “recusando firmemente”, como definiu o presidente Cezary Kulesza, o pedido do técnico português.

“Fui informado pelo Paulo Sousa de que pretendia rescindir o contrato com a federação polaca, por comum acordo, devido a uma oferta de outro clube. Este é um comportamento extremamente irresponsável e inconsistente com as declarações anteriores que o treinador teve. Portanto, recusei firmemente”, publicou o dirigente nas redes sociais.

Daqui saem algumas conclusões: que os brasileiros “deixaram cair” Jorge Jesus, que o Flamengo quer mesmo Paulo Sousa, que Paulo Sousa quer mesmo o Flamengo, que a Polónia não será, agora, o melhor ambiente de trabalho para o português e, por fim, que tudo poderá estar dependente de valores. Afinal, os polacos recusaram a rescisão por mútuo acordo, mas nada indica que enjeitem uma boa proposta brasileira.

Por fim, ficou ainda a certeza de que o Flamengo não tem pudor em aliciar treinadores com emprego. Fizeram-no com Jesus e repetiram com Sousa. Não havendo fumo branco com nenhum deles, nada garante que um outro clube ou federação não venham a ter o Flamengo “à perna” – afinal, o próprio clube brasileiro já alegou ter sido vítima da mesma postura, quando o Benfica lhe “roubou” Jorge Jesus. Olho por olho…