A biografia como arte da mentira

Uma biografia do escritor Philip Roth (1933-2018) acaba de ser editada em Portugal, alguns meses depois de sair nos Estados Unidos, onde esteve sujeita a “cancelamento” por causa de reprováveis condutas sexuais — não as do biografado, mas as do biógrafo. Quase 1200 páginas, na tradução portuguesa, é quanto mede a vida escrita de Roth, compilada neste livro que se apresenta como “a biografia”. A ilusão biográfica, a “fraudulenta” estratégia que lhe é inerente, consiste em apresentar ao leitor “a biografia” o que é sempre, inevitavelmente, “uma biografia”.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Uma biografia do escritor Philip Roth (1933-2018) acaba de ser editada em Portugal, alguns meses depois de sair nos Estados Unidos, onde esteve sujeita a “cancelamento” por causa de reprováveis condutas sexuais — não as do biografado, mas as do biógrafo. Quase 1200 páginas, na tradução portuguesa, é quanto mede a vida escrita de Roth, compilada neste livro que se apresenta como “a biografia”. A ilusão biográfica, a “fraudulenta” estratégia que lhe é inerente, consiste em apresentar ao leitor “a biografia” o que é sempre, inevitavelmente, “uma biografia”.