Áustria é o primeiro país da Europa a decidir vacinação obrigatória contra a covid

No mundo só outros quatro países decidiram pela obrigatoridade generalizada da vacina a idades elegíveis. O Governo anunciou ainda um confinamento de duas semanas. Na Alemanha, o ministro da Saúde diz que não é possível excluir novo confinamento.

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O Governo austríaco decidiu tornar obrigatória a vacinação contra a covid-19 LEONHARD FOEGER/Reuters

O Governo da Áustria anunciou o plano de tornar a vacinação contra a covid-19 obrigatória, sendo o primeiro país da Europa, e um primeiros no mundo, a fazê-lo. O chanceler anunciou ainda, numa conferência de imprensa esta sexta-feira, que vai voltar a ter um confinamento total, o primeiro país da Europa Ocidental a tomar esta medida neste Outono. 

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O Governo da Áustria anunciou o plano de tornar a vacinação contra a covid-19 obrigatória, sendo o primeiro país da Europa, e um primeiros no mundo, a fazê-lo. O chanceler anunciou ainda, numa conferência de imprensa esta sexta-feira, que vai voltar a ter um confinamento total, o primeiro país da Europa Ocidental a tomar esta medida neste Outono. 

O país tinha decretado um confinamento para quem não estava vacinado, o que tinha já levado a um aumento maciço de pessoas nos centros de vacinação. Mas o chanceler, Alexander Schallenberg, disse que não chegou. “As medidas mais recentes aumentaram a vacinação diária, mas não o suficiente.”

Os únicos países a terem decidido pela vacinação obrigatória geral de adultos ou pessoas elegíveis foram até agora a Indonésia, Micronésia e Turquemenistão. A Áustria pretende que a vacinação seja obrigatória a partir de Fevereiro do próximo ano. Quem não for vacinado será sujeito a multas.

“Durante muito tempo, o consenso político neste país foi que não queríamos a vacinação obrigatória”, disse Schallenberg. “Durante muito tempo, talvez demasiado tempo, presumiu-se que seria possível conseguir uma elevada taxa de vacinação mesmo sem a vacinação obrigatória”, mas isso não aconteceu. “Agora temos de enfrentar a realidade.

O confinamento vai começar na segunda-feira e pretende aliviar a pressão nos hospitais, que estão em dificuldades. Deverá durar um máximo de 20 dias, segundo o Governo. Depois de terminar o confinamento, voltará, no entanto, a vigorar para quem não está vacinado.

O país registou 15.809 novos casos de infecção nas últimas 24 horas e 48 mortes. Há 520 doentes em unidades de cuidados intensivos.

Enquanto isso, na Alemanha, o ministro da Saúde, Jens Spahn, disse esta sexta-feira que existe a possibilidade de um novo confinamento, que afecte todos e não só quem não está vacinado. “Estamos numa situação em que não podemos excluir nada”, declarou esta sexta-feira de manhã em conferência de imprensa.

A Alemanha tem vindo a quebrar recorde após recorde no número de infecções e os serviços de saúde já não estão a conseguir dar resposta a cirurgias, adiando muitas urgentes, por não terem camas nos cuidados intensivos. O país registou na quinta-feira um total de 63.880 novas infecções e 261 mortes, com 3431 pessoas nos cuidados intensivos.

O Parlamento alemão vai debater esta sexta-feira a vacinação obrigatória do pessoal de saúde. A medida é polémica porque um dos problemas actuais é a falta de profissionais de saúde, que têm vindo a deixar a profissão exaustos pela carga extra de cuidar de doentes com covid-19. Há quem tema que possa acontecer como em alguns locais dos Estados Unidos, onde a obrigação de se vacinar levou a que uma percentagem do pessoal de saúde se despedisse ou preferisse ser despedido a ser vacinado.

Tanto a Alemanha como a Áustria estão a registar números de infecções pelo coronavírus muito superiores aos das vagas anteriores da pandemia, e têm das menores taxas de vacinação contra a covid-19 da Europa Ocidental. Há várias explicações para o fenómeno, desde o facto de não ter havido pressão sobre o sistema de saúde nas primeiras vagas, à falta de campanhas para a vacinação, à existência de desinformação sobre as vacinas em língua alemã, e a alguma popularidade de terapias alternativas (na Alemanha a homeopatia é por vezes comparticipada, por exemplo).