Morreu Jimmie Durham, o humanista americano que transformava objectos esquecidos em arte

Forte defensor dos direitos dos afro-americanos e dos índios nos Estados Unidos, sempre quis que o vissem primeiro como um artista, um poeta. Dizia, aliás, que a palavra “identidade” não passava de uma “armadilha” e preferia que, quando a ele se referissem, usassem o termo “humanista” e não “activista”. Tinha 81 anos e expôs várias vezes em Portugal.

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Jimmie Durham na sua exposição de 2015 na Serpentine Gallery, em Londres Eamonn M. McCormack/Getty Images

Começou por ser uma voz activa na defesa dos direitos dos índios americanos, na década de 1970, e não é, por isso, de estranhar que na sua arte, profundamente politizada, use muitos materiais que apontam para as tradições, hábitos e práticas culturais destes povos, mas isso não significa que gostasse de ver o debate em torno da sua obra reduzido a questões de “identidade”, palavra que, aliás, considerada ser uma “armadilha”. Nas suas esculturas penas, conchas, troncos, crânios de animais e outros elementos de origem natural misturam-se com objectos encontrados (outros dirão esquecidos), como peças de roupa, tubos, caixotes, bidões e pneus.

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Começou por ser uma voz activa na defesa dos direitos dos índios americanos, na década de 1970, e não é, por isso, de estranhar que na sua arte, profundamente politizada, use muitos materiais que apontam para as tradições, hábitos e práticas culturais destes povos, mas isso não significa que gostasse de ver o debate em torno da sua obra reduzido a questões de “identidade”, palavra que, aliás, considerada ser uma “armadilha”. Nas suas esculturas penas, conchas, troncos, crânios de animais e outros elementos de origem natural misturam-se com objectos encontrados (outros dirão esquecidos), como peças de roupa, tubos, caixotes, bidões e pneus.