Chega ameaça quebrar entendimento nos Açores se PSD viabilizar Governo do PS

Não tardou a reacção de André Ventura à entrevista em que Rui Rio admite viabilizar um executivo do PS se a formação de um Governo do PSD dependesse do apoio do Chega: “Fica claro que o PSD deve começar a ser tratado como um partido de centro-esquerda e um aliado do PS.”

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O líder do Chega considera que se Rui Rio viabilizar um executivo do PS estará a "trair" os eleitores LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

O líder do Chega ameaçou esta segunda-feira “quebrar qualquer entendimento” com o PSD, incluindo nos Açores, onde o partido tem um acordo de incidência parlamentar, se os sociais-democratas “derem as mãos ao PS no Governo nacional” após as legislativas.

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O líder do Chega ameaçou esta segunda-feira “quebrar qualquer entendimento” com o PSD, incluindo nos Açores, onde o partido tem um acordo de incidência parlamentar, se os sociais-democratas “derem as mãos ao PS no Governo nacional” após as legislativas.

Numa conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, André Ventura reagiu às palavras do líder do PSD, Rui Rio, que também esta segunda-feira, numa entrevista à Antena 1, afirmou que abdicaria de formar um Governo caso isso dependesse do Chega.

Segundo o líder do Chega, o raciocínio de Rui Rio mostra que “o que está em causa nestas eleições” é a “escolha de um bloco central de governação ou a escolha de uma via alternativa”, e defendeu que o líder do PSD “prefere governar com o PS do que formar uma coligação com diversos partidos da direita parlamentar”.

“Ao definir este trajecto, fica claro que o PSD deve começar a ser tratado como um partido de centro-esquerda e um aliado do PS, o que deve levar os eleitores da área política do centro-direita e da direita a pensar várias vezes antes da colocação do seu voto na urna eleitoral”, indicou.

André Ventura frisou ainda que o objectivo da direita deve ser o de “governar e retirar a maioria à esquerda parlamentar, ter a capacidade de delinear e aprovar reformas fundamentais para o país, desde a justiça à actividade económica, desenvolver uma política de aumento de salários e pensões, arredar a extrema-esquerda de qualquer influência no parlamento ou no executivo”.

“Admitir o contrário, admitir um apoio direito ou indirecto ao Governo socialista, é uma traição ao eleitorado: é isso que Rui Rio está a fazer”, realçou.

O líder do Chega apelou assim “à criação de uma grande plataforma de diálogo entre os partidos da direita parlamentar”, o que poderia “ocorrer já em Dezembro, após os congressos de todos os partidos”, com o objectivo de “encontrar a fórmula necessária para afastar de vez o PS do poder”.

Ventura considerou que, caso a direita não o faça, está a “trair o eleitorado e a desmerecer a confiança nela depositada”.

“Se o PSD der as mãos ao PS no Governo nacional, permitindo a continuidade do marasmo em que andamos há seis anos, então o Chega reservará para si o lugar de única oposição nacional e dará instruções, a nível autárquico e regional, nomeadamente nos Açores, para quebrar qualquer entendimento que subsista entre o Chega e o PSD”, frisou.

A Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados, sendo que, na actual legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do Chega, dois do PPM, dois do BE, uma da Iniciativa Liberal e um do PAN.

Nos Açores, PSD, CDS-PP e PPM, que juntos representam 26 deputados, assinaram um acordo de governação. A coligação assinou ainda um acordo de incidência parlamentar com o Chega e o PSD um acordo de incidência parlamentar com a IL.