Manhã Submersa, ou a vida de uma sociedade pobre

A propósito dos fantasmas da Igreja Católica, os fantasmas de um país.

O famoso e aclamado romance de Vergílio Ferreira Manhã Submersa é muito mais que uma narrativa que nos apresenta a vida dolorosa, angustiada e castrada que se vivia num normal seminário católico no interior de Portugal nas décadas de 40 e 50 do século passado. Manhã Submersa é a história, numa dimensão existencialista, de uma sociedade que não tinha alimento para o espírito, para não falar para o corpo; mas, também, de um país que teimava em não ter instrumentos para a educação, e onde a religião maioritária era ainda marcada por uma postura arrogante face à diferença, tendo o poder hegemónico dos instrumentos definidores do que era certo ou errado.

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O famoso e aclamado romance de Vergílio Ferreira Manhã Submersa é muito mais que uma narrativa que nos apresenta a vida dolorosa, angustiada e castrada que se vivia num normal seminário católico no interior de Portugal nas décadas de 40 e 50 do século passado. Manhã Submersa é a história, numa dimensão existencialista, de uma sociedade que não tinha alimento para o espírito, para não falar para o corpo; mas, também, de um país que teimava em não ter instrumentos para a educação, e onde a religião maioritária era ainda marcada por uma postura arrogante face à diferença, tendo o poder hegemónico dos instrumentos definidores do que era certo ou errado.