Que livros levam os activistas pelo clima na mala para Glasgow?

Muitas sugestões de autores das comunidades mais afectadas pelas alterações climáticas, esperança e alternativas para anos de aumentos das emissões de gases com efeito de estufa. Alguns dos livros que inspiram os activistas que se reúnem (e protestam) nas imediações da COP26, em Glasgow.

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Os livros que os activistas pelo clima levam na mala para Glasgow

Andreia Galvão, Portugal

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Andreia Galvão, Portugal

“Um livro que narra de forma muito incisiva como o modo de exploração e acumulação do sistema socioeconómico actual é incompatível com um projecto que pretenda colocar a justiça climática mas, principalmente, a vida no centro. Explora como 200 anos de produtivismo levaram o planeta ao limite, impondo-se uma redução drástica das emissões carbónicas e uma subversão radical da lógica que rege as nossas vidas. Bom para fundamentar a nossa luta.”

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20 anos, estudante de Ciências da Comunicação na FCSH de Lisboa; activista

Emiliana Rickenmann, Colômbia

“Acho que a ligação entre o feminismo e a crise climática é muito importante, uma vez que as mulheres são mais afectadas pelas consequências da crise climática. Não podemos alcançar justiça climática sem justiça de género!”

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Activista @fridaysforfuturebogota e @latinasforclimate Valentina Pradafl/ via @emilianarickenmann

Edwin Namakanga, Uganda

“O meu nome é Edwin Namakanga, um activista pelo clima do Uganda. Licenciei-me na Universidade de Makerere, em Ciência em Estudos Populacionais. Fui inspirado por Greta Thunberg e Vanessa Nakate para me envolver no activismo climático, em 2019, porque sabia que não podia ficar sentado sem fazer nada enquanto o mundo estivesse em risco devido às alterações climáticas. Especialmente sobre o que estava a acontecer no meu país, o Uganda, as inundações catastróficas, a seca severa e os deslizamentos de terras. A minha maior esperança é poder educar as pessoas sobre as realidades da emergência climática, porque é que está a acontecer, as consequências que já se estão a desenrolar e a possível devastação que pode acontecer se as coisas não mudarem. Mas, acima de tudo, quero promover as soluções, os passos que podemos dar para mitigar estes futuros desastres climáticos catastróficos.

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Recentemente, comecei a ler o livro de Vanessa intitulado A Bigger Picture.”

Line Niedeggen, Alemanha

“Ainda não o tenho, mas estou super ansiosa para ler o livro de Vanessa Nakates [activista ugandense e capa da revista Time]”, disse a activista alemã Line, cuja inspiração para se juntar ao movimento Fridays for Future vem dos activistas Mapa, sigla para Most Affected People and Areas, que representa os movimentos de pessoas e áreas mais afectadas pelas alterações climáticas.

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activista @fridaysforfuture.de Bruneau via @lineniedeggen

Abel Rodrigues, Portugal

Lê-se na apresentação do livro: “Desde o seu inesquecível discurso na Assembleia Constituinte, em 1987, quando pintou o rosto com a tinta preta do jenipapo para protestar contra o retrocesso na luta pelos direitos indígenas, Krenak destaca-se como um dos mais originais e importantes pensadores brasileiros. Ouvi-lo é mais urgente do que nunca. Ideias para adiar o fim do mundo é uma adaptação de duas conferências e uma entrevista realizadas em Portugal, entre 2017 e 2019.”

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