“Devíamos mudar a forma como comunicamos a abstenção”

Na aritmética pós-eleições, a administração eleitoral devia separar a abstenção registada no território da que é verificada entre os emigrantes, dos quais apenas cerca de 10% se dão ao trabalho de votar, defende Carlos Jalali, para quem o ideal seria que os cadernos eleitorais se cruzassem melhor com os fluxos migratórios.

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Carlos Jalali defende que o combate à abstenção passa por uma maior aposta na "socialização do voto" Adriano Miranda

Carlos Jalali, politólogo e professor de Ciência Política da Universidade de Aveiro, diz que o problema do sobrerrecenseamento, que leva a que haja mais gente nos cadernos eleitorais do que residentes, não é exclusivo de Portugal, embora seja “comparativamente alto”. Quanto aos emigrantes, cujo abstencionismo eleitoral inflaciona e muito os valores da abstenção nas legislativas e presidenciais, não acredita que a solução passe por lhes retirar o direito de voto (“São cidadãos portugueses, certo?”), mas admite que há trabalho a fazer na “socialização do voto” e num melhor cruzamento entre os cadernos eleitorais e os emigrantes que, indo viver para fora, não chegam a mudar oficialmente de morada.

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Carlos Jalali, politólogo e professor de Ciência Política da Universidade de Aveiro, diz que o problema do sobrerrecenseamento, que leva a que haja mais gente nos cadernos eleitorais do que residentes, não é exclusivo de Portugal, embora seja “comparativamente alto”. Quanto aos emigrantes, cujo abstencionismo eleitoral inflaciona e muito os valores da abstenção nas legislativas e presidenciais, não acredita que a solução passe por lhes retirar o direito de voto (“São cidadãos portugueses, certo?”), mas admite que há trabalho a fazer na “socialização do voto” e num melhor cruzamento entre os cadernos eleitorais e os emigrantes que, indo viver para fora, não chegam a mudar oficialmente de morada.