Covid-19: só Portugal, Malta e Islândia vacinaram mais de 75% da população na Europa

O ECDC refere que, “até agora, apenas 61% da população total da UE/EEE está totalmente vacinada”, destacando que “só três países — Malta, Portugal, Islândia — vacinaram mais de 75% da sua população total”.

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“Uma combinação de elevada cobertura vacinal e redução eficaz do contacto é crucial para reduzir o risco de elevada carga de covid-19 nos sistemas de saúde este Outono” Nelson Garrido

Só Portugal, Malta e Islândia vacinaram mais de 75% da população total contra covid-19, informou esta quinta-feira o Centro Europeu para Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, na sigla em inglês), alertando para “risco elevado” de mortes devido à “cobertura vacinal insuficiente” na Europa.

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Só Portugal, Malta e Islândia vacinaram mais de 75% da população total contra covid-19, informou esta quinta-feira o Centro Europeu para Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, na sigla em inglês), alertando para “risco elevado” de mortes devido à “cobertura vacinal insuficiente” na Europa.

“Os países da UE/EEE [União Europeia e Espaço Económico Europeu] que ainda não atingiram uma cobertura vacinal anticovid-19 suficientemente elevada nas suas populações totais e que planeiam aliviar as intervenções não-farmacêuticas [medidas restritivas] nas próximas duas semanas, correm um risco elevado de ter um aumento significativo de casos, hospitalizações e mortalidade a partir de agora até ao final de Novembro”, adverte o ECDC num relatório divulgado esta quinta-feira.

No documento com uma nova avaliação de risco sobre a doença, o centro europeu contextualiza que, “até agora, apenas 61% da população total da UE/EEE está totalmente vacinada”, destacando que “só três países — Malta, Portugal, Islândia — vacinaram mais de 75% da sua população total”.

Isto significa, então, que existem “grandes proporções da população da UE/EEE ainda susceptíveis à infecção”, pelo que se mantém, na Europa, “o risco de existir uma subida significativa dos casos, hospitalizações e mortalidade nos próximos dois meses devido a uma circulação muito elevada do vírus”, insiste o organismo.

Acresce que “os indivíduos vulneráveis totalmente vacinados continuam a incorrer no risco de sofrer uma infecção com resultados graves”, alerta o ECDC.

Ainda assim, os países que, como Portugal, têm uma elevada cobertura vacinal contra a covid-19, correm menos risco de ter um pico de casos, internamentos e mortes a partir de agora até ao final de Novembro, estima o centro europeu.

Isto, “a menos que se verifique um declínio rápido da eficácia da vacina devido ao declínio da imunidade”, ressalva.

No relatório, o ECDC prevê também mais casos de covid-19 entre crianças, pelo que exorta à adopção de medidas como distanciamento físico, restrições aos ajuntamentos, higiene das mãos e melhor ventilação em ambientes escolares.

Para a restante população, e particularmente para os mais vulneráveis e trabalhadores da área da saúde, a agência europeia sugere a vacinação contra a gripe sazonal, que “será essencial para mitigar o impacto nos indivíduos e nos sistemas sanitários nos próximos meses da potencial circulação dos dois vírus”.

Em comunicado, a directora do ECDC, Andrea Ammon, destaca que “uma combinação de elevada cobertura vacinal e redução eficaz do contacto é crucial para reduzir o risco de elevada carga de covid-19 nos sistemas de saúde este Outono”.

“Os países devem esforçar-se continuamente por aumentar a sua cobertura vacinal em todos os grupos etários elegíveis, independentemente dos actuais níveis de cobertura vacinal e para limitar o peso das infecções causadas pela variante Delta”, adianta Andrea Ammon, propondo ainda a manutenção das restrições na UE/EEE “até ao final de Novembro”.

Atentando apenas na UE, 75% dos adultos estão já totalmente vacinados, mas ainda há países com uma cobertura vacinal muito baixa, como a Bulgária ou a Roménia, onde estas percentagens rondam, respectivamente, os 20% e 30%.

Reagindo no Twitter ao relatório desta quinta-feira do ECDC, a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, alerta os países que, “se as medidas de protecção forem levantadas sem mais vacinações contra a covid-19, os casos aumentarão”.