António Costa garante que “não há nenhuma remodelação do Governo” a ser preparada

O primeiro-ministro garantiu que não haverá uma remodelação no seu Governo nos próximos meses e afastou o cenário de crise política e de uma possível falta de entendimento à esquerda.

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António Costa reitera que eleições autárquicas não irão contaminar negociação do Orçamento do Estado LUSA/RODRIGO ANTUNES

O primeiro-ministro garantiu que não haverá nenhuma remodelação no Governo por causa das eleições autárquicas de domingo. À saída de um encontro com o vice-almirante Gouveia e Melo, António Costa voltou a pôr a gravata de primeiro-ministro (durante a campanha socialista não usou gravata) e afirmou que a questão da remodelação já tinha “ficado esclarecida e ultrapassada em Julho” e repetiu que não estava prevista “nenhuma remodelação” no seu executivo.

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O primeiro-ministro garantiu que não haverá nenhuma remodelação no Governo por causa das eleições autárquicas de domingo. À saída de um encontro com o vice-almirante Gouveia e Melo, António Costa voltou a pôr a gravata de primeiro-ministro (durante a campanha socialista não usou gravata) e afirmou que a questão da remodelação já tinha “ficado esclarecida e ultrapassada em Julho” e repetiu que não estava prevista “nenhuma remodelação” no seu executivo.

“A única remodelação que as eleições determinaram é a remodelação dos autarcas”, simplificou o primeiro-ministro e secretário-geral do PS. “Uns porque já não se podiam recandidatar, outros porque os eleitores não renovaram a sua confiança. Essa é a única remodelação que foi feita, não há nenhuma remodelação do Governo em resultado das eleições autárquicas”, afirmou.

Questionado pelos jornalistas sobre o papel que os socialistas devem ter na gestão da maioria de esquerda eleita para a Câmara de Lisboa (o PSD elegeu sete vereadores, mas o PS-Livre, CDU e BE juntos têm dez lugares na vereação), o primeiro-ministro aconselhou o PS a não dificultar o trabalho do presidente eleito, Carlos Moedas. 

“A fase em que me cabia fazer campanha já terminou, agora é a fase de todos aceitarmos os resultados, no caso de Lisboa ganhou o engenheiro Carlos Moedas. É a chamada ‘alternância democrática’, é normal”, disse. “A vontade dos lisboetas foi a de mudar”, respondeu.

Apesar de as eleições terem tirado votos e a Câmara de Lisboa ao PS (que viu a sua vantagem autárquica em relação à direita diminuir), António Costa insistiu em fazer um balanço positivo: “O PS continua a ser o maior partido nas câmaras, nas freguesias. Há quatro anos foi 4-0, agora foi 3-0, mas é assim”, relativizou.

Costa afasta crise política

Quanto ao impacto do resultado das autárquicas nas negociações do Orçamento do Estado para 2022, depois de quer o BE quer o PCP terem visto insatisfação dos seus eleitores nas urnas, António Costa respondeu que “nenhum dos parceiros estabeleceu qualquer relação entre eleições autárquicas e o processo orçamental”.

O primeiro-ministro insistiu que esse foi o discurso durante toda a campanha e lembrou que, na própria noite das eleições, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, “voltou a dizê-lo”, assim como “o secretário-geral do PS”, agora falando de si próprio. “Não há nenhuma razão para que uma coisa altere a outra. O processo de debate do Orçamento é um processo que, tal como tem acontecido desde 2016, tem de ter um objectivo fundamental que é ter um Orçamento para o ano seguinte e que dê continuidade às nossas políticas, que têm contribuído para bons resultados, à melhoria de rendimentos das famílias, ter mais e melhor emprego, ter uma trajectória de crescimento”, argumentou.

De seguida, para responder a Marcelo Rebelo de Sousa, citou o próprio Marcelo: “Como disse ontem o Presidente, não é só repor o que perdemos nesta crise, temos a estrita obrigação de ir mais além. Temos o plano 2030, o PRR. As novas gerações exigem que façamos mais e melhor”, afirmou.

O cenário de crise política não faz sentido. O desejo do Presidente da República é partilhado por mim e pela maioria dos portugueses. Mas quem é que deseja crises políticas num momento em que o país está a sair da maior crise económica e sanitária? É trabalharmos para que no dia 11 entreguemos um bom Orçamento do Estado”, concluiu.