A perversidade da “lição” à Galp

Se a declaração de António Costa foi reflectida, é um manifesto eloquente de uma certa forma de encarar a relação entre a iniciativa privada e o poder político: o Governo manda e quem não obedecer leva.

Pode ter sido um acto falhado, uma frase desbragada no calor da campanha eleitoral, mas a “lição” que António Costa prometeu dar à Galp por supostas culpas no caso da refinaria de Matosinhos aprofunda um retrato sombrio do país. Ao dizer que a empresa “tem de levar uma lição”, ao fazer notar que essa lição tem de ser “exemplar”, António Costa põe o Governo no papel do mestre-escola sempre atento a punir os alunos distraídos ou relapsos. Se a declaração foi reflectida, é um manifesto eloquente de uma certa forma de encarar a relação entre a sociedade civil e a iniciativa privada e o poder político: o Governo manda e quem não obedecer leva.

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Pode ter sido um acto falhado, uma frase desbragada no calor da campanha eleitoral, mas a “lição” que António Costa prometeu dar à Galp por supostas culpas no caso da refinaria de Matosinhos aprofunda um retrato sombrio do país. Ao dizer que a empresa “tem de levar uma lição”, ao fazer notar que essa lição tem de ser “exemplar”, António Costa põe o Governo no papel do mestre-escola sempre atento a punir os alunos distraídos ou relapsos. Se a declaração foi reflectida, é um manifesto eloquente de uma certa forma de encarar a relação entre a sociedade civil e a iniciativa privada e o poder político: o Governo manda e quem não obedecer leva.