Aos 20 anos, Cão Danado fala de “inquietações” em palco e cria um circuito artístico num jardim

Aniversário da associação cultural é assinalado nos dias 17 e 18 de Setembro na Casa das Artes e no Parque da Devesa, em Vila Nova de Famalicão. Há uma peça para ver e um circuito artístico para percorrer.

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Cão Danado

Há 20 anos que o Cão Danado promove a cultura. E é precisamente com cultura que vai celebrar o seu aniversário a 17 e 18 de Setembro, em Vila Nova de Famalicão, onde a associação está sediada.

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Há 20 anos que o Cão Danado promove a cultura. E é precisamente com cultura que vai celebrar o seu aniversário a 17 e 18 de Setembro, em Vila Nova de Famalicão, onde a associação está sediada.

Sexta e sábado, pelas 21h30, na Casa das Artes, será, desde logo, apresentado o espectáculo Replay, uma criação de Sara Barbosa, também directora artística do Cão Danado. A partir do texto original do escritor Afonso Cruz, a peça aborda a construção da cena, em cena. Nesta obra comemorativa dos 20 anos da associação, “não se vai falar do percurso do Cão Danado, mas sim sobre inquietações”, diz Sara Barbosa ao P3.

Partindo da ideia de uma viagem, Replay é “uma reflexão filosófica sobre a imprevisibilidade, a aleatoriedade a que o indivíduo está sujeito; uma reflexão sobre as circunstâncias actuais (a pandemia) e o poder de adaptação do artista e do indivíduo”, relata a directora. E conclui: “A viagem destes 20 anos tem sido incrível e motiva a reflexão.”

Durante o dia, a partir das 17h de sábado, os visitantes poderão, ainda, descobrir o Mapa de Afinidades. “Para além do circuito desportivo, nasce, agora, no Parque da Devesa, um circuito artístico permanente”, refere Sara Barbosa. “Este circuito perene é constituído por seis cadeiras a partir de onde o espectador pode, através de QR Codes, aceder a um conjunto de vídeos elaborados especificamente para cada local por artistas e realizadores convidados pelo Cão Danado”, anuncia a companhia. Os vídeos são da autoria de Patrícia Barbosa, Eduardo Brito, Tomé Capa, Thamiris Carvalho, Leonor Keil, Ana Rocha e Diana Sá e reflectem sobre as relações de natureza poética e artística estabelecidas com o Parque da Devesa, no campo da dança, performance, arquitectura ou fotografia.

Desde 2018, ano em que a sede do Cão Danado se transferiu de Braga para Vila Nova de Famalicão, que a estrutura tem vindo a desenvolver produções em parcerias com o Parque da Devesa e com o próprio município. No parque, adianta a directora artística, “sempre houve uma proximidade com o público em circulação, algo que se alterou com a pandemia — no ano passado, os projectos foram cancelados” Este ano, a associação pensou “num trabalho com público, mas num formato videográfico” uma ideia que o Cão Danado quer ver crescer nos próximos anos, esperando acrescentar mais cinco vídeos à instalação em 2022.

No mesmo dia, será ainda colocado um elemento escultórico de Edgar Massul no Parque da Devesa, pertencente à série Sara’s Dreams. Segundo a associação, “este trabalho pode ser entendido como uma extensão artificial de uma árvore, um complemento poético”.

O Cão Danado é uma associação cultural sem fins lucrativos criada em 2001. É uma estrutura de criação e de produção de artes “que actua essencialmente em três eixos: formação, investigação e criação”, como explica Sara Barbosa. Com essa meta, tem vindo a desenvolver o seu trabalho não só na área das artes performativas, como também nas artes visuais, na música e no cinema. 

Texto editado por Amanda Ribeiro