Taliban comprometem-se a proteger interesses chineses

Além de garantir a segurança dos cidadãos e instituições chinesas no país da Ásia Central, o vice-director do gabinete político dos taliban no Qatar descreveu a China como “um país amigo em quem o Afeganistão pode confiar”.

Foto
O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, e o líder do gabinete político dos taliban, Abdul Ghani Baradar, reuniram-se no final de Julho Reuters/XINHUA

O vice-director do gabinete político dos taliban no Qatar, Abdul Salam Hanafi, disse esta sexta-feira que o grupo “nunca permitirá que ninguém use o Afeganistão para ameaçar os interesses da China”, segundo um comunicado do Governo chinês.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O vice-director do gabinete político dos taliban no Qatar, Abdul Salam Hanafi, disse esta sexta-feira que o grupo “nunca permitirá que ninguém use o Afeganistão para ameaçar os interesses da China”, segundo um comunicado do Governo chinês.

Durante uma conversa telefónica com o vice-ministro chinês dos Negócios Estrangeiros Wu Jianghao, Hanafi garantiu que o grupo fundamentalista islâmico está disposto a “continuar a desenvolver relações amigáveis com a China”, apontou a mesma nota.

Wu disse a Hanafi que a China “sempre respeitou a soberania e a independência” do Afeganistão, onde o povo “tem agora o seu próprio destino nas mãos”.

Além de garantir a segurança dos cidadãos e instituições chinesas no país da Ásia Central, Hanafi descreveu a China como “um país amigo em quem o Afeganistão pode confiar”.

No final de Julho, antes da tomada de Cabul pelos taliban, uma delegação de representantes do grupo reuniu-se na China com o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, que descreveu os taliban como uma “força militar e política crucial” no Afeganistão.

Após a retirada das tropas norte-americanas, as autoridades chinesas expressaram a sua esperança de que os taliban formem um governo “islâmico, mas aberto e inclusivo” e “desempenhem um papel construtivo” no país.

Pequim descreveu a saída das tropas dos Estados Unidos como um “novo ponto de partida” para o Afeganistão.

China e Afeganistão compartilham cerca de 60 quilómetros de fronteira na região noroeste da China de Xinjiang, uma das mais voláteis do país asiático, marcada por violentos confrontos étnicos, nas últimas décadas, entre membros da minoria étnica de origem muçulmana uigur e os han, o grupo étnico maioritário na China.