Universidade de Évora quer acolher alunos e mulheres afegãs

A universidade alentejana vai disponibilizar 10 postos de trabalho a mulheres afegãs, bem como permitir o acesso a estudantes daquele país, em “fase de ingresso excepcional”.

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EPA/MICHAEL REYNOLDS

A Universidade de Evora (UÉ) anunciou esta quarta-feira, 25 de Agosto, que vai disponibilizar 10 postos de trabalho a mulheres afegãs, em várias áreas, e permitir o acesso a estudantes daquele país, face à “crise humanitária no Afeganistão”. Contactada pela Lusa, fonte da explicou que estes postos de trabalho vão ser “em várias áreas no seio da universidade”, dependendo “do conhecimento que as trabalhadoras tiverem”.

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A Universidade de Evora (UÉ) anunciou esta quarta-feira, 25 de Agosto, que vai disponibilizar 10 postos de trabalho a mulheres afegãs, em várias áreas, e permitir o acesso a estudantes daquele país, face à “crise humanitária no Afeganistão”. Contactada pela Lusa, fonte da explicou que estes postos de trabalho vão ser “em várias áreas no seio da universidade”, dependendo “do conhecimento que as trabalhadoras tiverem”.

Ao mesmo tempo, a Universidade de Évora vai “permitir o acesso, em fase de ingresso excepcional, desde que acordado com a tutela, a estudantes afegãos que pretendam prosseguir os estudos de ensino superior em Portugal”. “É impossível ficarmos indiferentes ao sofrimento do povo afegão e, muito concretamente, das mulheres afegãs”, disse a reitora da UÉ, Ana Costa Freitas, justificando esta iniciativa.

Para a reitora, “a protecção dos direitos humanos, como o direito à educação, têm de ser salvaguardados”. “E, enquanto dirigente de uma instituição de ensino superior cuja missão é produzir e transmitir conhecimento, não posso deixar de sentir que temos, de alguma forma, e na medida das nossas possibilidades, que contribuir activamente”, argumentou.

Esta é “uma iniciativa alinhada com os valores da instituição”, nomeadamente “o respeito pela dignidade humana e a ausência de discriminação social, étnica ou confessional”, alinhada com outras instituições, entre as quais a Direcção-Regional de Cultura do Alentejo, “no sentido de se conseguir alojamento para uma fase de acolhimento” destes afegãos, destacou.

A Universidade de Évora disse ainda já ter comunicado esta sua disponibilidade ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), que tutela a instituição.

A iniciativa “está, neste momento, a ser articulada com o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE)”, sendo que “as questões práticas relacionadas com o [respectivo] enquadramento político, institucional e legal serão conhecidas a breve trecho”.

Em 2015, lembrou ainda a UÉ, no contexto da crise na Síria, foi acolhido na academia alentejana um grupo de estudantes daquele país. “Foram apoiados, na totalidade, ao nível nacional, através da Plataforma Global de Assistência a Estudantes Sírios, criada por Jorge Sampaio em 2013, cerca de 30 estudantes universitários sírios que prosseguiram os seus estudos” em instituições de ensino superior portuguesas, evocou a academia.

Os taliban passaram a controlar Cabul a 15 de Agosto último, concluindo uma ofensiva iniciada em Maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO. As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001) que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001.

A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.