Atribuídas 33 bolsas do concurso para doutoramento Maria de Sousa

Estas bolsas de investigação vão receber um financiamento de 2,4 milhões de euros.

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A imunologista maria de Sousa Nuno Ferreira Santos

Trinta e três bolsas de investigação na área da epidemiologia e virologia, incluindo pandemias, vão receber um financiamento de 2,4 milhões de euros do concurso para doutoramento Maria de Sousa, anunciou esta terça-feira a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

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Trinta e três bolsas de investigação na área da epidemiologia e virologia, incluindo pandemias, vão receber um financiamento de 2,4 milhões de euros do concurso para doutoramento Maria de Sousa, anunciou esta terça-feira a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

Este concurso pretende financiar investigações para doutoramento orientadas para a obtenção de novos conhecimentos e competências para respostas a fenómenos epidemiológicos e virológicos, incluindo pandémicos, e que se traduzam em medidas de prevenção eficientes, melhores cuidados de saúde e num apoio efectivo aos cidadãos.

A este concurso, aberto em colaboração com a Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica (AICIB), foram submetidas 46 candidaturas e as 33 bolsas a atribuir correspondem a uma taxa de sucesso de 87% das candidaturas avaliadas.

“Os resultados provisórios da avaliação mostram que 79% dos candidatos seleccionados são mulheres, que 15% têm nacionalidade estrangeira, sendo 18% dos planos de trabalho realizados em articulação com investigadores e instituições estrangeiras”, explica a FCT em comunicado.

A epidemiologia e factores de risco de infecção e doença grave pelo vírus; as estratégias de prevenção e preparação para novas epidemias, incluindo vacinas; as abordagens inovadoras, incluindo novos métodos e novas tecnologias para o diagnóstico da doença; a caracterização dos mecanismos de infecção viral, as repercussões da infecção viral na saúde materna e no recém-nascido e o impacto psicológico e alterações de comportamento associadas à pandemia são alguns dos objectivos destas investigações.

Os planos de trabalho das candidaturas financiadas mostram uma maior aposta nas novas terapias e novas abordagens terapêuticas, incluindo equipamentos de suporte de vida e de protecção individual para o combate à doença (total de 12 bolsas, 23%), segundo a FCT.

Há ainda nove bolsas (17%) focadas na caracterização da resposta do hospedeiro (imunológica celular e serológica) à infecção pelo vírus, no impacto da idade e comorbilidades e outras nove que abrangem o impacto psicológico e as alterações de comportamento associadas à pandemia.

As candidaturas foram avaliadas por um painel científico com um sistema de avaliação por pares, com três critérios de avaliação: mérito do candidato, mérito do plano de trabalho e mérito das condições de acolhimento. Neste painel de avaliação participaram 13 peritos da comunidade científica, afiliados em nove unidades de investigação, dos quais sete são mulheres.

O título de Maria de Sousa dado a este concurso de bolsas de investigação para doutoramento é uma homenagem à investigadora, professora emérita da Universidade do Porto, investigadora emérita do Instituto i3S e também professora catedrática jubilada do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, consagrada internacionalmente pelos seus estudos na área imunológica, que morreu em Abril de 2020.

As bolsas de investigação para doutoramento da FCT são subsídios atribuídos competitivamente para apoiar a formação avançada em todas as áreas do conhecimento para a obtenção do grau académico de doutor. Estas bolsas permitem que os estudantes de doutoramento se dediquem em exclusivo à sua investigação, contribuindo deste modo para o desenvolvimento científico e tecnológico do país.

Esta é a 2.ª edição do concurso de atribuição de bolsas de investigação para doutoramento em epidemiologia e virologia. A 1.ª edição financiou 50 bolsas, num investimento global de 3,5 milhões de euros.