Najib Mikati, antigo primeiro-ministro libanês, foi nomeado para formar Governo

Empresário recebeu 72 votos a favor dos 118 membros do Parlamento e sente-se confiante para formar um novo Governo: afirmou estar a estudar a situação do país e diz ter “as garantias internacionais necessárias”.

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O ex-primeiro-ministro Najib Mikati foi designado para o antigo cargo, uma semana depois de Saad Hariri ter abandonado os esforços de formar um Governo WAEL HAMZEH/EPA

O empresário libanês Najib Mikati conseguiu votos suficientes nas consultas parlamentares desta segunda-feira para ser designado como primeiro-ministro. Mikati enfrenta agora o desafio de formar um Governo capaz de combater a crise económica do país, o que prometeu conseguir dentro de um mês, segundo os media locais.

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O empresário libanês Najib Mikati conseguiu votos suficientes nas consultas parlamentares desta segunda-feira para ser designado como primeiro-ministro. Mikati enfrenta agora o desafio de formar um Governo capaz de combater a crise económica do país, o que prometeu conseguir dentro de um mês, segundo os media locais.

Mikati já foi primeiro-ministro duas vezes e, ao contrário de muitos líderes libaneses, não representa um bloco político nem descende de uma dinastia. Recebeu 72 votos dos 118 membros do Parlamento e 42 abstiveram-se, lançando as bases para a formação de um novo Governo.

O empresário afirmou estar confiante na formação de um Governo, e que a sua primeira prioridade será a de implementar o plano de reformas elaborado pelo antigo poder colonial, a França. “Não tenho uma varinha mágica e não consigo fazer milagres”, disse Mikati depois de ter sido nomeado. Mas acrescentou que tem estado a estudar a situação e diz ter “as garantias internacionais necessárias”.

Ainda assim, à semelhança do ex-primeiro-ministro nomeado Saad Hariri, tem de liderar a estrutura de poder dividida e garantir um acordo para um Governo capaz de responder à crise económica no Líbano, um dos países mais endividados do mundo.

Mikati é a terceira pessoa a ser nomeada após a demissão do Governo de Hassan Diab, na sequência da explosão no porto de Beirute a 4 de Agosto do ano passado, que vitimou mais de 200 pessoas e destruiu parte da cidade.

O Governo de Diab tem-se mantido interinamente à espera do fim do impasse político que se tem arrastado. Mas a moeda do Líbano entrou em colapso, o desemprego disparou e os bancos congelaram contas, na pior crise que o país já viveu desde a guerra civil de 1975-1990.

Também o grupo xiita Hezbollah, aliado do Presidente, Michel Aoun​, e considerado um grupo terrorista pelos EUA, nomeou Mikati nas conversações de segunda-feira. E a maioria dos blocos parlamentares apoiaram a decisão.

O antigo candidato a primeiro-ministro também estava entre os apoiantes da decisão, depois de ter abandonado os esforços de formar um Governo na semana passada, quase dez meses depois da sua nomeação. Após o encontro com o Presidente libanês, Hariri disse aos jornalistas acreditar que Mikati vai conseguir formar um Governo: “O país tem hoje uma oportunidade”, acrescentou.