Sindicato têxtil garante que “há interessados” em comprar a António Almeida & Filhos

A insolvência da António Almeida & Filhos — Têxteis SA foi declarada dia 14 de Julho, a pedido da empresa, que actualmente tem mais de 180 trabalhadores e um passivo de mais de 23 milhões de euros e 414 credores.

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A Coelima tem trabalhado para a António Almeida & Filhos, uma empresa "irmã" que agora também enfrenta a insolvência Adriano Miranda

O Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes garantiu esta terça-feira que “há interessados” na aquisição da António Almeida & Filhos  Têxteis, em Guimarães, declarada insolvente dia 14, com um passivo superior a 23 milhões de euros.

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O Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes garantiu esta terça-feira que “há interessados” na aquisição da António Almeida & Filhos  Têxteis, em Guimarães, declarada insolvente dia 14, com um passivo superior a 23 milhões de euros.

“Já havia interessados na compra antes de ser declarada a insolvência e continua a haver. Um dos interessados que me contactou foi o mesmo empresário que ficou com a Coelima [comprada pelo grupo Mabera] em Junho”, adiantou à Lusa o presidente daquela entidade sindical, Francisco Vieira, à margem dos plenários de trabalhadores que estão ainda a decorrer.

Sem adiantar “os moldes” em que aquela aquisição pode ser feita, o sindicalista salientou que “os principais objectivos do caderno de encargos” para a venda da António Almeida & Filhos estarão direccionados para a protecção dos trabalhadores.

“A manutenção dos postos de trabalho e a continuidade da actividade são condições fundamentais para uma venda”, referiu.

Segundo Francisco Vieira, o administrador da insolvência, nomeado pelo Tribunal de Guimarães, Bruno Costa Pereira, pretende “até 15 de Agosto colocar nas mãos do comprador o universo António Almeida & Filhos”.

O sindicalista garantiu ainda que “não há salários em atraso e há trabalho para fazer”.

“Não se pode dizer que os trabalhadores foram apanhados de surpresa porque já se sabia mais ou menos da situação, mas estranharam porque temem que a declaração de insolvência possa afastar interessados. Mas, ao que tudo indica, isso não está a acontecer com todos”, apontou.

A insolvência da António Almeida & Filhos  Têxteis SA foi declarada dia 14, a pedido da empresa, que actualmente tem mais de 180 trabalhadores e um passivo de mais de 23 milhões de euros e 414 credores.

Localizada em Moreira de Cónegos, Guimarães, no distrito de Braga, a António Almeida & Filhos  Têxteis foi criada em 1956 e opera nos ramos da tecelagem, tinturaria e confecção, tendo sido já considerada uma das maiores empresas do segmento de roupa de cama.

Em 2011, através da fusão com a JMA, criou o grupo MoreTextile, a que pertencia também a Coelima, cuja venda foi aprovada a 25 de Junho, após um processo de insolvência.

Segundo o requerimento de insolvência, a maioria dos credores da António Almeida & Filhos são fornecedores, sendo o Novo Banco o maior credor, com 39% da dívida.

A quebra de vendas na sequência da pandemia causada pelo novo coronavírus foi o principal argumento apresentado para o pedido de insolvência.

A assembleia de credores está marcada para dia 27 de Agosto, pelas 10h30, no Tribunal de Guimarães.