Carla Galvão e Sara de Castro procuram a salvação no teatro

O Festival de Almada leva um texto tardio de Tennesse Williams ao Teatro-Estúdio António Assunção. Uma peça sufocante em torno de duas personagens e duas actrizes presas no e ao teatro.

Foto
Carla Galvão e Sara de Castro são as Duas Personagens em cena ERIC DA COSTA

São duas personagens, tal como diz o título da peça de Tennessee Williams. Mas são duas personagens dentro das quais vivem outras duas. Talvez nem sempre distintas. Felice e Clare são o par de figuras inventadas pelo autor norte-americano, irmão e irmã que Carla Galvão e Sara de Castro transformam em duas mulheres. Porque queriam trabalhar juntas, porque o texto as atraía, porque entenderam não haver perdas substanciais nessa operação de mudança de sexo e porque outras leituras se levantam perante estas duas mulheres abandonadas pela companhia de teatro em que trabalhavam, largadas sem qualquer estrutura ou apoio, entregues à única coisa que sabem fazer: dar corpo e voz a outras.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

São duas personagens, tal como diz o título da peça de Tennessee Williams. Mas são duas personagens dentro das quais vivem outras duas. Talvez nem sempre distintas. Felice e Clare são o par de figuras inventadas pelo autor norte-americano, irmão e irmã que Carla Galvão e Sara de Castro transformam em duas mulheres. Porque queriam trabalhar juntas, porque o texto as atraía, porque entenderam não haver perdas substanciais nessa operação de mudança de sexo e porque outras leituras se levantam perante estas duas mulheres abandonadas pela companhia de teatro em que trabalhavam, largadas sem qualquer estrutura ou apoio, entregues à única coisa que sabem fazer: dar corpo e voz a outras.