Rui Moreira acusa Rio de “portofobia” por dizer que Champions foi “pior” que festa do Sporting

Rui Rio diz que o autarca do Porto e o Governo devem um pedido de desculpa aos portugueses.

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O líder do PSD diz que o Governo e a Câmara do Porto deviam “pedir desculpa aos portugueses” pelo que diz ser a “vergonha” que se passou na cidade, com os festejos da final da Liga dos Campeões, sem máscaras ou distanciamento físico e com desacatos. Rui Rio vai mais longe e diz que estas entidades “nada aprenderam com o que se passou em Lisboa. Hoje foi bem pior”. Ao PÚBLICO o presidente da Câmara do Porto rejeita as críticas e acusa Rio de “alguma portofobia ou desconhecimento”.

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O líder do PSD diz que o Governo e a Câmara do Porto deviam “pedir desculpa aos portugueses” pelo que diz ser a “vergonha” que se passou na cidade, com os festejos da final da Liga dos Campeões, sem máscaras ou distanciamento físico e com desacatos. Rui Rio vai mais longe e diz que estas entidades “nada aprenderam com o que se passou em Lisboa. Hoje foi bem pior”. Ao PÚBLICO o presidente da Câmara do Porto rejeita as críticas e acusa Rio de “alguma portofobia ou desconhecimento”.

“Sabemos que o doutor Rui Rio gostava mais das corridas de automóveis das vedetas em que participava. Gosta mais disso, menos de futebol. São gostos particulares”, ironiza o autarca do Porto, que lembra que as autoridades portuguesas só tiveram “12 dias” para preparar um evento que costuma demorar seis meses a montar.

Rui Moreira faz uma distinção clara entre os adeptos com bilhete para o Chelsea - Manchester City e os “turistas” que visitaram a cidade e aproveitaram para assistir ao jogo pela televisão de um café ou restaurante ou nas duas fanzones montadas na Avenida dos Aliados e na Alfândega.

“Aquilo que foi pedido à Câmara do Porto foi o acolhimento dos adeptos que chegaram para o jogo. Tenho a certeza que todos acharão que tudo correu com completa normalidade. Todas estas pessoas estavam testadas [à covid-19] e tiveram de mostrar um teste negativo à chegada do país e à entrada no estádio [do Dragão]”, afirma, sublinhando que não houve incidentes com estes adeptos.

Já sobre os adeptos sem bilhete para o jogo, muitos dos quais se concentraram em zonas como a Ribeira do Porto sem máscaras e distanciamento físico, o autarca lamenta alguns desacatos, mas diz que se trataram de situações isoladas, longe das cenas de “hooliganismo” registadas noutras provas desportivas. 

A noite resultou em duas detenções, confirmou o PÚBLICO junto do subintendente Marco Almeida, responsável pela operação de segurança da final. Os detidos agrediram um agente da PSP, que sofreu ferimentos, com a polícia a fazer uma carga policial na Ribeira para dispersar 30 adeptos do Manchester City. Este grupo tinha saído da fanzone reservada para os “Citizens”, na zona da Alfândega, cortando a circulação do trânsito e obrigando à intervenção das autoridades por volta das 22h15 de domingo.

Segundo Moreira, os ânimos também foram inflamados pela “mania” de obrigar restaurantes e bares a encerrar às 22h30, pouco antes do fim do jogo. “Perdeu-se uma oportunidade de ter essas pessoas sentadas e a consumir”, aponta.

As imagens de muitos adeptos sem máscara e distanciamento físico entre si provocaram indignação em vários sectores da sociedade portuguesa. Rui Moreira diz que seria “absolutamente impossível” garantir que todos os adeptos cumprissem as regras sanitárias e lembra que, por decisão da autarquia, a etapa portuense do Rally de Portugal não teve público, tendo sido criticada por alegado excesso de cautela.

O autarca diz que no Bairro Alto, em Lisboa, e no Algarve têm-se visto “coisas semelhantes com portugueses”. E lembra que no Reino Unido a taxa de vacinação é superior à de Portugal e que todos os ingleses no Porto tiveram de apresentar um teste à covid-19 negativo à chegada ao país.

O presidente da Câmara do Porto diz que o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, e o director nacional da PSP, Manuel Magina da Silva, comunicaram-lhe que a autarquia cumpriu com tudo o que lhe competia do ponto de vista da organização.

O PÚBLICO fez perguntas aos ministérios da Administração Interna e da Educação, responsável pela pasta do Desporto, mas não obteve resposta.