Alterações ao estacionamento empurram Hospital Veterinário Montenegro para fora do Porto

O estacionamento gratuito existente nas imediações do Bairro Fernão de Magalhães passou a ser exclusivo para moradores, deixando de fora os 40 trabalhadores da instituição. Director admite estar a equacionar alternativas à localização actual.

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Hospital Veterinário de Referência Montenegro já tratou cerca de 40mil cães e gatos, diz a instituição. Filipa Fernandez

Abriram portas na Rua da Póvoa, junto ao Bairro de Fernão Magalhães, no Porto, há dez anos e são um dos hospitais veterinários de referência da cidade a funcionar 24 horas por dia. Recentemente, a Câmara alterou as regras de estacionamento daquela zona, tornando exclusivos para moradores os lugares de parqueamento gratuitos que rodeiam o Jardim Paulo Vallada, mudança que ameaça tornar-se num quebra-cabeças para utentes e funcionários.

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Abriram portas na Rua da Póvoa, junto ao Bairro de Fernão Magalhães, no Porto, há dez anos e são um dos hospitais veterinários de referência da cidade a funcionar 24 horas por dia. Recentemente, a Câmara alterou as regras de estacionamento daquela zona, tornando exclusivos para moradores os lugares de parqueamento gratuitos que rodeiam o Jardim Paulo Vallada, mudança que ameaça tornar-se num quebra-cabeças para utentes e funcionários.

O hospital dispõe apenas de seis lugares do seu próprio parque particular, número insuficiente, diz o director Luís Montenegro, para acolher as largas dezenas de pessoas – entre funcionários e clientes – que diariamente acorrem às instalações. Nestas realizam-se, em média - segundo dados fornecidos pela instituição - cerca de 200 consultas semanais.

Assim, a possibilidade de terem que abandonar o espaço é real. “Estamos muito contentes aqui” mas estas alterações ao estacionamento são “uma forma de nos empurrar daqui para fora”, sublinha Luís Montenegro. Alternativas não deverão faltar, pois já receberam a indicação de vários concelhos limítrofes do Porto que estão interessados em recebê-los. O responsável lamenta que o bairro Fernão de Magalhães seja pensado “só para moradores”, pois “os serviços também fazem parte do bairro”. “Somos uma mais-valia” para quem cá mora, sublinha Montenegro.

A direcção do hospital tem tentado sensibilizar Câmara e Junta de Freguesia para o problema e recentemente uma funcionária tomou a iniciativa de lançar uma petição pública para chamar a atenção da comunidade. Ao PÚBLICO, a autarquia confirma que decidiu privilegiar “o estacionamento dos moradores na zona em apreço”, mas assegura "que o município prontificou-se a colaborar" com o hospital “na procura de soluções de estacionamento para os seus colaboradores”. Para já, está garantida a instalação de “lugares destinados a ambulâncias e outros veículos de socorro conforme nos foi sugerido e solicitado pelo hospital”.

Já quanto ao estacionamento dos funcionários e clientes, o município remete a solução para os transportes públicos e para os parques privados que estão abertos nas imediações. É o caso do parque do Central Shopping, com entrada mesmo ao lado do hospital. Contudo, argumenta Luís Montenegro, a acessibilidade à Rua da Póvoa é difícil, depois de aparcado o automóvel, e os preços de aluguer mensal são inacessíveis à maioria dos trabalhadores.

Resta ainda o transporte público. O director do Hospital Veterinário pergunta como é possível os funcionários que fazem turnos viajarem de metro a altas horas da noite, ou clientes que transportam os seus animais doentes fazerem-no de autocarro?... “Estamos a ficar encurralados”, conclui.

Texto editado por Ana Fernandes