China quer reforçar liderança do Partido Comunista no Tibete

O apoio internacional à comunidade tibetana aumentou no ano passado, com Pequim a falar de intromissão nos assuntos internos da China.

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Propaganda chinesa em Lhasa, capital do Tibete Thomas Peter/Reuters

A China vai reforçar a liderança do Partido Comunista no Tibete para promover o desenvolvimento económico e guiar a sociedade tibetana de acordo com o socialismo, afirmou este sábado a principal autoridade da região.

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A China vai reforçar a liderança do Partido Comunista no Tibete para promover o desenvolvimento económico e guiar a sociedade tibetana de acordo com o socialismo, afirmou este sábado a principal autoridade da região.

“Em primeiro lugar, devemos defender a liderança do Partido Comunista da China”, disse o secretário do Partido no Tibete, Wu Yingjie, numa entrevista colectiva realizada em Pequim. “Desde a libertação pacífica do Tibete em 1951, todos descobriram que somente com a liderança do partido o Tibete pode continuar neste caminho de desenvolvimento próspero”, disse Wu.

O apoio internacional à comunidade tibetana aumentou no ano passado, com o suporte renovado de grupos de direitos humanos e governos internacionais, liderados pelos Estados Unidos. Em Dezembro, o Congresso norte-americano aprovou a Lei de Política e Apoio ao Tibete, que exige o direito dos tibetanos de escolher o próximo Dalai Lama, bem como o estabelecimento de um consulado na capital tibetana, Lhasa.

Como seria de esperar, a China condenou veementemente a acção, que classificou como intromissão nos assuntos internos do país. A China, oficialmente sem religião, também afirma ter o direito de escolher o sucessor do Dalai Lama, de acordo com a lei chinesa.

"O Tibete faz parte da China desde os tempos antigos. A nação chinesa deve sempre manter essa ideia”, disse Wu.

As tropas chinesas entraram no Tibete em 1950 e, um ano depois, o governo de Pequim assegurou formalmente o controlo da região e dos seus devotos tibetanos budistas. O Dalai Lama fugiu do Tibete em 1959, após uma revolta fracassada contra o domínio chinês.

O Dalai Lama e o governo exilado, também conhecido como Administração Central do Tibete (CTA, na sigla em inglês), propuseram o que chamam de uma abordagem de “meio-termo” que permitiria aos cerca de 150 mil tibetanos exilados retornar à China sob a condição de “autonomia genuína” para o Tibete, embora não total independência. A China tem rejeitado, desde 2010, as tentativas da CTA de reabrir o diálogo, com Pequim a dizer que o Dalai Lama é um separatista.

Penpa Tsering, que foi eleito este mês presidente da CTA, garantiu à Reuters estar comprometido com uma resolução pacífica do conflito com a China, mas as políticas actuais de Pequim ameaçam o futuro da cultura tibetana.

"Quando se trata de religião, devemos adaptá-la ao contexto chinês e também deixar claro que o budismo tibetano sempre foi inerentemente uma parte da cultura chinesa”, disse, por sua vez, Wu Yingjie.