Líder político tibetano visita a Casa Branca pela primeira vez em 60 anos

Governo tibetano no exílio, chefiado desde 2011 por Lobsang Sangay, vê com optimismo o “encontro sem precedentes” e espera aprofundar relações com os EUA. O gesto pode deteriorar ainda mais a relação com a China.

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Lobsang Sangay fotografado dentro da Casa Branca com Ngodup Tsering, representante da Administração Central Tibetana nos EUA DR

O chefe do Governo tibetano no exílio visitou a Casa Branca pela primeira vez em seis décadas, uma visita que pode enfurecer ainda mais a China, que tem acusado os Estados Unidos de tentarem destabilizar a região.

Lobsang Sangay, presidente da Administração Central Tibetana (CTA), foi convidado na sexta-feira para se encontrar com Robert Destro, recém-nomeado Coordenador Especial dos Estados Unidos para os Assuntos Tibetanos, afirmou a CTA em comunicado.

“Este encontro sem precedentes talvez possa definir um tom mais optimista para que as relações da CTA com as autoridades dos Estados Unidos possam ser formalizadas nos próximos anos”, acrescentou a CTA, sediada em Dharamsala, na Índia.

O Tibete tornou-se um dos centros de disputa entre os Estados Unidos e a China, numa altura em que as relações entre as duas maiores economias mundiais estão no seu nível mais baixo em décadas.

O secretário de Estados norte-americano, Mike Pompeo, acusou Pequim, em Julho, de violar os direitos humanos dos tibetanos e disse que Washington apoia uma “autonomia significativa” para a região.

As autoridades chinesas têm acusado, desde então, os EUA de usarem o Tibete para promover o “separatismo” na China e recusaram-se a falar com Robert Destro.

A China assumiu o controlo do Tibete em 1950, no que descreveu como uma “libertação pacífica” que ajudou a região a livrar-se do seu “passado feudal”. No entanto, os críticos, guiados pelo líder espiritual exilado Dalai Lama, dizem que o controlo de Pequim equivale a um “genocídio cultural”.

O Presidente chinês, Xi Jinping, disse em Agosto que a China precisa de de construir uma “fortaleza invencível” no Tibete de forma a proteger a unidade nacional.

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