Festival Às Vezes o Amor começa em Abril, para compensar o tempo perdido

Dois meses depois do Dia dos Namorados, o festival Montepio Às Vezes o Amor arranca neste final de Abril com 15 espectáculos e a vontade de recuperar o atraso ditado pela pandemia.

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Bruno Nogueira e Manuela Azevedo em Deixem o Pimba Em Paz: coliseus esgotados NUNO FERREIRA SANTOS

Tem vindo a crescer ao longo dos anos e mesmo no ano da pandemia escapou por um triz: é o festival Montepio Às Vezes o Amor, que, obrigado só este ano a adiar as datas iniciais (realiza-se normalmente em Fevereiro, por altura do Dia dos Namorados), começa esta quinta-feira com dois espectáculos esgotados nos coliseus de Lisboa e Porto e, pela primeira vez, tem datas até Julho.

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Tem vindo a crescer ao longo dos anos e mesmo no ano da pandemia escapou por um triz: é o festival Montepio Às Vezes o Amor, que, obrigado só este ano a adiar as datas iniciais (realiza-se normalmente em Fevereiro, por altura do Dia dos Namorados), começa esta quinta-feira com dois espectáculos esgotados nos coliseus de Lisboa e Porto e, pela primeira vez, tem datas até Julho.

Anunciado para mais de uma dúzia de cidades, o cartaz tem nomes repetentes e algumas estreias. Entre os primeiros, estão o projecto Deixem o Pimba em Paz (de Bruno Nogueira e Manuela Azevedo), GNR, The Gift, Luísa Sobral, Sara Tavares, Paulo Gonzo, Jorge Palma e João Pedro Pais, todos eles com datas já marcadas excepto este último, com data e local ainda a anunciar. Como estreantes, anunciam-se Carlão, Fernando Daniel, Moonspell, Tiago Nacarato & Bárbara Tinoco e Salvador Sobral a cantar Jacques Brel.

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Os GNR estão os os "repetentes" no festival e actuam nos dois primeiros dias DR

Todos os espectáculos terão público presente, respeitando as regras sanitárias definidas pela DGS (máscaras, desinfecções, etc.), conforme assegura ao PÚBLICO Luís Pardelha, da Produtores Associados e ligado a este festival desde a sua primeira edição. E se nesse ano, 2015, se realizou num único dia e em oito cidades, nas edições seguintes foi sempre aumentando o número de espectáculos, palcos e locais, chegando a 17 cidades em 2019. “Na nossa matriz esteve sempre a ideia de levar o festival a outras cidades que não só Porto e Lisboa. Quisemos descentralizar, já fomos até aos Açores várias vezes e temos percorrido o país: o Algarve, o Alentejo, o Minho...”

A edição de 2020, mesmo em vésperas da declaração da pandemia, realizou-se em 13 cidades. “Aconteceu mesmo no limite”, diz Luís Pardelha. “Foi em Fevereiro, por altura do Dia dos Namorados (como costuma ser sempre), nos dias 14 e 15. E duas semanas depois estávamos a ver encerrar salas de espectáculos. Agora, em 2021, não aconteceu nas datas programadas, mas escapámos por pouco e conseguiremos fazê-lo. A maioria dos festivais infelizmente já anunciou adiamentos para 2022, mas nós conseguimos adiar apenas dois meses e não passar para o ano.”

Abril, Maio e... também Julho

A organização de um festival como este traz também dificuldades adicionais, embora o hábito ajude. “É muito mais fácil fazer um festival no mesmo local, com os mesmos palcos, a mesma equipa, o mesmo equipamento de som, etc. Nós temos de facto esta diferença, que é sermos um festival por salas: cada espectáculo é como se fosse uma produção independente. Apesar de haver um núcleo central de produção, há equipas locais que asseguram as respectivas produções.”

A estrutura do festival também se altera este ano. Costuma realizar-se em dois dias e este ano estender-se-á até Julho, também por necessidade de compatibilizar as agendas dos músicos e das salas. “O único espectáculo do cartaz original que não vai realizar-se é o da Áurea, porque não havia datas disponíveis e já foi passado para Fevereiro do próximo ano, para a edição seguinte.”

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Tiago Nacarato & Bárbara Tinoco, uma das estreias deste ano DR

O festival começa esta quinta-feira com dois espectáculos em três salas diferentes: os GNR no Teatro Municipal de Vila do Conde, dias 29 e 30 (às 20h30); e Deixem o Pimba em Paz nos coliseus do Porto (29) e Lisboa (30), sempre às 20h30. O bloco seguinte concentra-se em meados de Maio. No dia 14, temos Carlão (Aveiro, Centro de Congressos), os The Gift (Braga, Altice Fórum), Luísa Sobral (Tomar, Cine-Teatro Paraíso) e Sara Tavares (Santarém, Teatro Sá da Bandeira). No dia 15, Paulo Gonzo (Torres Novas, Teatro Virgínia), Fernando Daniel (Lagoa, Auditório Carlos do Carmo) e Tiago Nacarato & Bárbara Tinoco, este último também no dia 16 (Leiria, Teatro José Lúcio da Silva). Por fim, anunciam-se os Moonspell para dia 21 (Castelo Branco, Cine-Teatro Avenida), Jorge Palma para 27 (Caldas da Rainha, Centro Cultural e de Congressos) e, bem mais tarde, a 31 de Julho, já em pleno Verão, o espectáculo Salvador Sobral canta Brel (Coimbra, Convento São Francisco).

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Salvador Sobral a cantar Jacques Brel: em Julho, por razões de agenda JOANA LINDA

Com os coliseus esgotados na abertura, Luís Pardelha espera uma boa afluência ao festival: “As pessoas estão a sentir, e a ver, que a cultura é segura. E essa tem sido uma preocupação muito grande dos produtores. Não apenas transmitir essa ideia, mas provar que a segurança existe. E as salas de espectáculo têm sido um exemplo na pandemia, porque fomos exemplares na forma como tivemos cuidado, como demos indicações às pessoas, como soubemos dirigir o público.”