Manual autárquico do Chega recusa coligações com “partidos do sistema”

Partido promete não discriminar com base em três critérios: “idade, sexo ou formação”.

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André Ventura no final da convenção autárquica de Loures LUSA/ANTÓNIO COTRIM

O Chega apresentou neste sábado, em Loures, na primeira de três convenções autárquicas que o partido vai realizar, o Manual Autárquico com as regras, os objectivos, os conceitos e os rostos que vão dirigir um processo visto como um “desafio” e “um momento de viragem e de evolução" para aquela força política.

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O Chega apresentou neste sábado, em Loures, na primeira de três convenções autárquicas que o partido vai realizar, o Manual Autárquico com as regras, os objectivos, os conceitos e os rostos que vão dirigir um processo visto como um “desafio” e “um momento de viragem e de evolução" para aquela força política.

O manual começa por apresentar a equipa de coordenação autárquica que é composta por três elementos regionais (Patrícia Almeida, António Tanger Corrêa e André Pinto) e liderada pelo vice-presidente Nuno Afonso, que além de coordenador nacional será o candidato do partido à Câmara de Sintra.

Na sua mensagem, logo nas primeiras páginas do manual, Nuno Afonso fala em “portugueses de bem” e promete fazer escolhas com base em critérios de “mérito” e sem fazer determinadas discriminações. “Escolher os mais aptos, mais motivados e mais capazes, sem discriminar idade, sexo ou formação”, escreve no documento, não dizendo nada obre não discriminar com base noutras questões como a etnia ou a orientação sexual.

Em matéria de estratégia autárquica, o Chega declara-se novamente como “um partido anti-sistema", razão pela qual rejeita “coligações com os ‘partidos do sistema’, que hoje em dia são praticamente todos": PS, PSD, CDS, Bloco, PCP, PAN e PEV. “Estaremos sempre dispostos a ouvir e dialogar, mas sem compromissos para eventuais coligações com estes ou outros partidos (...). Mas para que fique claro, não haverá quaisquer coligações pré-eleitorais.”

O partido assume o objectivo de “concorrer a todas as câmaras municipais, assembleias municipais e assembleias de freguesia" e de procurar “pessoas íntegras e trabalhadoras”. E há uma lista de quem pode ser candidato pelo Chega: cidadãos portugueses inscritos no recenseamento; cidadãos brasileiros com estatuto de igualdade de direitos políticos; cidadãos de Estados-membros da União Europeia; do Reino Unido; e de Cabo Verde. “Elementos das forças de segurança não poderão ser candidatos (existe a possibilidade de pedir uma licença especial para este fim, se tal se justificar)” mas “subentende-se que elementos pertencentes ao corpo da Guarda Prisional poderão ser candidatos”.

O manual explica que o partido terá um mandatário financeiro nacional e uma conta bancária nacional e que será criada uma central de compras. As formas de obter receitas para a campanha eleitoral são a contribuição de partidos políticos, os donativos de pessoas singulares apoiantes e o produto de actividades de angariação de fundos para a campanha eleitoral.