Terramoto de magnitude 3,4 sentido na região de Lisboa. Ocorreu em zona que “tem historial de geração de sismos”

Sismo foi registado às 9h51 e não causou danos pessoais ou materiais. IPMA diz que epicentro se localizou a cerca de 10km a noroeste de Alcochete. O sismo ocorreu na mesma zona do terramoto de 1531 e do “sismo de Benavente” (1909).

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A localização do epicentro do sismo sentido na Grande Lisboa IPMA

Um sismo de magnitude 3,4 na escala de Richter foi sentido na região de Lisboa na manhã desta quinta-feira, informou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

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Um sismo de magnitude 3,4 na escala de Richter foi sentido na região de Lisboa na manhã desta quinta-feira, informou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

“O Instituto Português do Mar e da Atmosfera informa que foi registado nas estações da Rede Sísmica do Continente um sismo de magnitude 3,4 (Richter) e cujo epicentro se localizou a cerca de dez quilómetros a noroeste de Alcochete”, lê-se no comunicado do IPMA. “Este sismo, de acordo com a informação disponível até ao momento, não causou danos pessoais ou materiais e foi sentido com intensidade máxima III/IV (escala de Mercalli modificada) na região de Lisboa.”

Nas redes sociais, há relatos de que o abalo foi sentido em Lisboa, Sintra e Oeiras, entre outras zonas da Grande Lisboa. Segundo vários testemunhos submetidos na página do Centro Sismológico Euro-Mediterrânico, o sismo foi sentido durante menos de dez segundos. “Tremor ligeiro, curto”, escreve uma testemunha de Vila Franca de Xira. “Cinco a dez segundos bem sentidos”, escreve outra, de Odivelas. “Um abanão violento e a casa abanou toda com grande oscilação, diria que menos de 3 segundos”, refere uma testemunha de Alcochete.

Em declarações à agência Lusa, o chefe de Divisão de Geofísica do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Fernando Carrilho, disse que o sismo, de magnitude 3,4 na escala de Richter e que teve uma intensidade estimada de IV (na escala Mercalli modificada), ocorreu numa zona que “tem historial de geração de sismos de magnitudes razoavelmente superiores” à verificada no abalo desta quinta-feira. “Estamos a falar de um [sismo] 3,4. À partida é um sismo pequeno, mas como ocorre muito próximo de zonas densamente habitadas acaba por ser percepcionado pelas pessoas”, explicou.

Fernando Carrilho disse que as autoridades não consideram que haja qualquer alteração na actividade sísmica desta área e que o sismo é considerado “normal para esta zona”. “Houve outros sismos recentes que também tiveram este efeito, nomeadamente um a sudoeste de Oeiras, não há muito tempo”, disse o responsável. E acrescentou: “Acabam por ser bastante sentidos por serem sismos que ocorrem muito próximo das zonas habitadas.”

O sismo ocorreu na mesma zona de um forte sismo que atingiu Lisboa, em 1531, e do chamado “sismo de Benavente” (1909).

O sismo de 1531, na Região de Lisboa e Vale do Tejo, ocorreu entre as 4h e as 6h do dia 26 de Janeiro. Foi particularmente violento e destrutivo em toda esta região, nomeadamente em Lisboa, Santarém, Almeirim, Azambuja e Vila Franca de Xira, embora tenha sido também sentido noutras regiões do país, como em Setúbal, na região oeste e em certas zonas do Alentejo e da Beira Litoral.

O sismo de Benavente ocorreu a 23 de Abril de 1909, destruiu quase por completo os aglomerados de Benavente, Samora Correia e Santo Estêvão e teve magnitude de 6,0 na escala de Richter e uma intensidade máxima estimada de X na zona de Benavente e de Samora Correia.

Os sismos são classificados segundo a sua magnitude como micro (menos de 2,0), muito pequeno (2,0-2,9), pequeno (3,0-3,9), ligeiro (4,0-4,9), moderado (5,0-5,9), forte (6,0-6,9), grande (7,0-7,9), importante (8,0-8,9), excepcional (9,0-9,9) e extremo (superior a 10).

De acordo com o IPMA, a escala de Mercalli modificada, que contempla XII níveis, classifica com a intensidade IV um sismo moderado. A este nível, os objectos suspensos podem baloiçar, a vibração é semelhante à provocada pela passagem de veículos pesados ou à sensação de pancada duma bola pesada nas paredes. Os carros estacionados podem igualmente balançar, janelas, portas e loiças tremer e pode acontecer que vidros e loiças choquem ou tilintem. Na parte superior deste grau as paredes e as estruturas de madeira rangem.