Uma em cada três mulheres é vítima de violência física ou sexual, segundo a Organização Mundial de Saúde

Uma em cada quatro jovens entre os 15 e os 19 anos já sofreu com violência sexual ou física em relacionamentos abusivos, diz a OMS.

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Moscovo, Rússia LUSA/YURI KOCHETKOV

Cerca de uma em cada três mulheres em todo o mundo estão sujeitas a violência física ou sexual durante a sua vida, um tipo de comportamento criminal que tem aumentado durante a pandemia, disse a Organização Mundial de Saúde (OMS), nesta terça-feira.

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Cerca de uma em cada três mulheres em todo o mundo estão sujeitas a violência física ou sexual durante a sua vida, um tipo de comportamento criminal que tem aumentado durante a pandemia, disse a Organização Mundial de Saúde (OMS), nesta terça-feira.

A OMS apelou aos Governos para prevenirem a violência, melhorarem os serviços de apoio a vítimas e combaterem as desigualdades económicas que frequentemente deixam as raparigas e mulheres presas em relações abusivas.

Os rapazes deviam ser instruídos nas escolas sobre a necessidade de respeito mútuo e consentimento sexual em relacionamentos”, disse a OMS.

A violência contra mulheres é endémica em todos os países e culturas, causando danos em milhões de mulheres e nas suas famílias e tem sido exacerbado pela pandemia de covid-19”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus, director-geral da OMS.

Cerca de 31% das mulheres entre os 15 e os 49 anos, ou seja, 852 milhões, já experienciaram violência física ou sexual, segundo a OMS no maior estudo do género, segundo a organização, incluindo dados nacionais e inquéritos de 2000 até 2018.

Um marido ou companheiro íntimo são os agressores mais comuns e um número desproporcional de vítimas encontra-se nos países mais pobres. Os números reais deverão ser muito maiores devido à fraca denuncia de casos de abuso sexual, um crime altamente estigmatizado.

“Estes números são muito chocantes e são uma espécie de chamada de atenção para os governos para fazerem mais para prevenir esta violência”, disse a autora do estudo, Claudia Garcia-Moreno.

“Em algumas regiões, mais de metade das mulheres enfrentam violência, a certa altura das suas vidas, disse à Reuters, citando a Oceânia, África Subsariana e o sul da Ásia.

Os países com a maior prevalência incluem o Kiribati, Fiji, Papua Nova Guiné, Bangladeche, a República Democrática do Congo e o Afeganistão, de acordo com o que os dados da OMS mostram. Os níveis mais baixos registam-se na Europa, com 23% ao longo da vida.

A violência começa numa “idade muito precoce”, disse a OMS. Uma em quatro adolescentes entre os 15 e os 19 anos já tiveram uma relação em que foram sujeitas a violência física e sexual, afirmou Garcia-Moreno. “Esta é uma altura da vida muito importante no crescimento. Nós sabemos que os impactos da violência podem ser duradouros e podem afectar a saúde física e mental e levar a gravidezes indesejadas, entre outras complicações”, referiu.