Instalações da ONU na Nigéria atacadas por terroristas do Daesh

Ataque em Dikwa, no nordeste na Nigéria, é mais um na lista de ataques de grupos ligados ao Daesh que têm acontecido no país.

Foto
Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari Reuters/Afolabi Sotunde

Combatentes ligados ao Daesh atacaram esta segunda-feira instalações das Nações Unidas em Dikwa, no nordeste da Nigéria. Na sequência do ataque, cerca de 25 funcionários de agências da ONU refugiaram-se num bunker dentro das instalações, que ao final do dia os insurgentes procuravam ainda penetrar, segundo a AFP.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Combatentes ligados ao Daesh atacaram esta segunda-feira instalações das Nações Unidas em Dikwa, no nordeste da Nigéria. Na sequência do ataque, cerca de 25 funcionários de agências da ONU refugiaram-se num bunker dentro das instalações, que ao final do dia os insurgentes procuravam ainda penetrar, segundo a AFP.

“Os insurgentes incendiaram as instalações, mas até ao momento nenhum funcionário foi atingido”, referiu uma fonte das agências humanitárias. A Oeste de Dikwa, no estado de Zamfara, foram na semana passada sequestradas 317 alunas de uma escola secundária na cidade de Jangebe, depois de homens armados atacarem o centro.

O incidente em Zamfara ocorreu nove dias depois do sequestro, levado a cabo por homens armados, de 28 estudantes e vários professores da Escola de Ciências do Governo em Kagara, no estado de Níger.

A 11 de Dezembro, 344 alunos foram também sequestrados numa escola em Kankara, no estado de Katsina (noroeste), cuja autoria foi reclamada pelo grupo jihadista Boko Haram, que até então se limitava a atacar o noroeste do país, embora as autoridades os culpassem. 

No sábado, a União Europeia (EU) pediu a libertação “imediata e incondicional” das 317 alunas sequestradas.

O Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrel, afirmou em comunicado que o “recente aumento de sequestros e ataques massivos no noroeste e centro da Nigéria causa medo e prejudica os mais vulneráveis da população, as crianças e mulheres”.

“O desaparecimento de alunos e os ataques contra as escolas converteram-se na marca registada dos bandidos, grupos criminosos e grupos armados não estatais que operam na região”, afirmou o ex-ministro espanhol.

Josep Borrel acrescentou que os grupos “atacam de forma indiscriminada os jovens, os inocentes e os vulneráveis por meio de sequestro para obter resgates, assassinato e roubos impulsionados por motivos financeiros e pelo desejo de semear o medo”.