O paradoxo do Observador

São novas as fronteiras que se abrem ao jornalismo. Num dia em que não haja nada a acontecer, sei lá, inventar uma notícia e depois fazer uma notícia a dizer que ela é falsa.

Em física, mas também nas ciências sociais, é bem conhecido o efeito que a observação produz sobre a coisa observada. Se, por exemplo, for preciso inserir uma sonda para observar um fenómeno atómico, a própria sonda provoca alterações naquilo que se quer observar. Ficamos assim com uma medição do objeto que é necessariamente diferente daquela que nós teríamos se não o tivéssemos tentado medir — paradoxo que o físico alemão Werner Heisenberg tomou como inspiração para o seu célebre “princípio da incerteza”. Na sociologia e na antropologia também há fenómenos semelhantes, uma vez que um sujeito tipicamente comporta-se de maneira diferente quando sabe que está a ser observado. Mesmo na história, em que em princípio este princípio não se aplicaria porque os nossos sujeitos tendem a já estar mortos, a verdade é que muitos deles escolheram que documentos deixar porque tinham noção de estar a ser observados… pela história. Outro exemplo: as pessoas que têm opiniões nos inquéritos de opinião e que não teriam opinião se não lhes tivessem perguntado pelas suas opiniões para o inquérito. E por aí adiante. As variantes são inúmeras.

A verdade faz-nos mais fortes

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Em física, mas também nas ciências sociais, é bem conhecido o efeito que a observação produz sobre a coisa observada. Se, por exemplo, for preciso inserir uma sonda para observar um fenómeno atómico, a própria sonda provoca alterações naquilo que se quer observar. Ficamos assim com uma medição do objeto que é necessariamente diferente daquela que nós teríamos se não o tivéssemos tentado medir — paradoxo que o físico alemão Werner Heisenberg tomou como inspiração para o seu célebre “princípio da incerteza”. Na sociologia e na antropologia também há fenómenos semelhantes, uma vez que um sujeito tipicamente comporta-se de maneira diferente quando sabe que está a ser observado. Mesmo na história, em que em princípio este princípio não se aplicaria porque os nossos sujeitos tendem a já estar mortos, a verdade é que muitos deles escolheram que documentos deixar porque tinham noção de estar a ser observados… pela história. Outro exemplo: as pessoas que têm opiniões nos inquéritos de opinião e que não teriam opinião se não lhes tivessem perguntado pelas suas opiniões para o inquérito. E por aí adiante. As variantes são inúmeras.