José Gardeazabal, uma das grandes vozes da literatura portuguesa

Uma alegoria inteligente sobre o capitalismo, a pobreza, a literatura e a vida. Se necessário fosse, o segundo romance de José Gardeazabal vem confirmá-lo como uma das grandes vozes da literatura portuguesa.

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Uma das grandes vozes da literatura portuguesa: José Gardeazabal Enric Vives-Rubio/Arquivo

Muito à semelhança do romance anterior do autor, este A Melhor Máquina Viva (primeiro volume da anunciada Trilogia dos Pares) é também ele um livro político, não no sentido aristotélico do termo mas no sentido moderno e abrangente. É-o porque parodia o discurso político, confrontando-nos com ele, e ao mesmo tempo que o desconstrói ironizando com os próprios métodos, deixa à mostra os seus (e também nossos) lugares confortáveis, mas periclitantes, em que esse próprio discurso se compraz deixando-se esvaziar de significado. “Isto parece ficção. Mas o que é que não é ficção hoje em dia?”, esta frase, que acaba por ser a única de um capítulo titulado O que parece é, serve, entre outras coisas, para mostrar essa dimensão irónica e sarcástica que o olhar do narrador lança sobre o mundo.

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Muito à semelhança do romance anterior do autor, este A Melhor Máquina Viva (primeiro volume da anunciada Trilogia dos Pares) é também ele um livro político, não no sentido aristotélico do termo mas no sentido moderno e abrangente. É-o porque parodia o discurso político, confrontando-nos com ele, e ao mesmo tempo que o desconstrói ironizando com os próprios métodos, deixa à mostra os seus (e também nossos) lugares confortáveis, mas periclitantes, em que esse próprio discurso se compraz deixando-se esvaziar de significado. “Isto parece ficção. Mas o que é que não é ficção hoje em dia?”, esta frase, que acaba por ser a única de um capítulo titulado O que parece é, serve, entre outras coisas, para mostrar essa dimensão irónica e sarcástica que o olhar do narrador lança sobre o mundo.