Novo centro para sem-abrigo em Lisboa deveria estar pronto em Janeiro. Obras ainda não começaram

O vereador dos Direitos Sociais da Câmara de Lisboa não avançou, contudo, o tempo que a obra durará nem o local do novo centro de emergência para pessoas em situação de sem-abrigo.

Foto
Paulo Pimenta

O novo centro de emergência para pessoas em situação de sem-abrigo em Lisboa, inicialmente previsto para estar pronto em Janeiro de 2021, ainda não entrou em obras, revelou esta quarta-feira o vereador dos Direitos Sociais, Manuel Grilo.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O novo centro de emergência para pessoas em situação de sem-abrigo em Lisboa, inicialmente previsto para estar pronto em Janeiro de 2021, ainda não entrou em obras, revelou esta quarta-feira o vereador dos Direitos Sociais, Manuel Grilo.

Em Outubro de 2020, o vereador do Bloco de Esquerda (BE) afirmou, em entrevista à agência Lusa, que a autarquia estava a preparar um centro de emergência para sem-abrigo para substituir o do pavilhão do Casal Vistoso em Janeiro deste ano.

Contudo, esta quarta-feira, em reunião pública da câmara, o autarca disse que “estará para breve o início das obras de um grande equipamento” que “ajudará no processo de estabilização” da resposta destinada às pessoas em situação de sem-abrigo, no âmbito da pandemia de covid-19.

O vereador dos Direitos Sociais (BE, partido que tem um acordo de governação do concelho com o PS) não precisou, porém, o local do novo espaço, nem quanto tempo demorará a obra.

Questionada pela Lusa, fonte oficial do gabinete de Manuel Grilo remeteu mais informações para “breve”.

O responsável pelo pelouro dos Direitos Sociais lançou ainda o repto ao vice-presidente da autarquia, João Paulo Saraiva, para que seja possível o município contratar técnicos directamente, através de contratos a termo certo, para o novo equipamento.

O pedido de Manuel Grilo surgiu depois de mais uma técnica do centro de emergência da Pousada da Juventude do Parque das Nações ter exposto a situação de vários técnicos dos centros de emergência contratados pelo Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE) que ficaram sem trabalho depois daquele instituição de ensino ter cessado os contratos.

O vereador reiterou que a câmara recorreu ao ISCTE na sequência da necessidade urgente de contratar profissionais para os centros de emergência para sem-abrigo criados devido à pandemia de covid-19.

Ainda segundo Manuel Grilo, dos 49 trabalhadores contratados pelo ISCTE, 25 continuam a trabalhar e “mais alguns” foram directamente contratados pelas associações que agora gerem os espaços.

Os quatro centros em funcionamento neste momento estão instalados no Pavilhão Municipal Casal Vistoso, na Casa do Largo (exclusivo para mulheres), na Pousada da Juventude do Parque das Nações e na Casa dos Direitos Sociais da autarquia (para onde foram transferidas no início de Outubro as pessoas que estavam no centro instalado no Clube Nacional de Natação).