Eixo Atlântico: um orçamento de quatro milhões de euros e novas comissões políticas para dar “mais voz” à região

A entidade aprovou a criação de cinco comissões políticas para alavancar o desenvolvimento da euro-região, preparando-a para o futuro pós-pandémico. O orçamento operacional de 2021 também contribuirá para programas de actuação em várias vertentes.

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pr PAULO RICCA

A partir de Abril, o Eixo Atlântico contará com cinco comissões políticas que surgem para consolidar a estratégia da entidade para alavancar a recuperação das suas cidades no contexto pós-pandémico. E, com isso, para que as cidades da euro-região tenham “mais voz” nesse processo, numa evolução do papel da entidade na região. A novidade foi anunciada por Ricardo Rio, presidente do Eixo Atlântico, na conferência de imprensa da organização desta quinta-feira. Para além do também presidente da Câmara Municipal de Braga, estiveram presentes, no evento online, Lara Méndez (vice-presidente do Eixo Atlântico e presidente da cidade de Lugo, Espanha) e o secretário-geral da entidade, Xoán Vázquez Mao.

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A partir de Abril, o Eixo Atlântico contará com cinco comissões políticas que surgem para consolidar a estratégia da entidade para alavancar a recuperação das suas cidades no contexto pós-pandémico. E, com isso, para que as cidades da euro-região tenham “mais voz” nesse processo, numa evolução do papel da entidade na região. A novidade foi anunciada por Ricardo Rio, presidente do Eixo Atlântico, na conferência de imprensa da organização desta quinta-feira. Para além do também presidente da Câmara Municipal de Braga, estiveram presentes, no evento online, Lara Méndez (vice-presidente do Eixo Atlântico e presidente da cidade de Lugo, Espanha) e o secretário-geral da entidade, Xoán Vázquez Mao.

As cinco comissões políticas abarcam temáticas que “o Eixo Atlântico já vinha trabalhando e que foram identificadas como prioridades e pontos estratégicos para o desenvolvimento” da região na “cimeira dos presidentes” das cidades que integram a entidade, explicou Ricardo Rio ao PÚBLICO. Surgem, assim, as comissões da economia, sustentabilidade, política social, inovação e regeneração urbana (sendo esta última uma comissão “transversal”). A sua criação “foi aprovada” na última quarta-feira, pelo que, por agora, o Eixo Atlântico procurará “identificar disponibilidades” dos autarcas da região para presidirem e fazerem parte de cada uma das comissões, aponta.

A criação destas comissões representa, para Ricardo Rio, “um passo em frente na cooperação transfronteiriça” da euro-região, que encontra no Eixo Atlântico a plataforma para “uma voz una e forte”. O orçamento operacional para 2021 do Eixo Atlântico, de 4 milhões de euros, contribuirá para esse objectivo: 84% desse valor seguirá para programas de actuação (3,4 milhões de euros). Esses programas inserem-se nas áreas da cultura, desporto, ambiente e turismo em todo o território.

De acordo com Xoán Vázquez Mao, a “nova etapa, a quarta na História do Eixo”, ganha maior importância devido à pandemia. O secretário-geral frisou ainda que o Eixo Atlântico não é só “um aliado de reivindicação”, mas também um apoio para a construção do futuro pós-covid 19. “Estamos a passar por uma grande crise, a maior desde a 2.ª Guerra Mundial, e nada vai ser igual”, lembrou. Xoán Vázquez Mao afirmou que são “os concelhos e os municípios” quem está “na primeira linha” no combate à pandemia.

Nesse sentido, apontou, um dos objectivos para a euro-região é “atingir, em dez anos, o PIB médio da União Europeia”. À parte disso, Lara Méndez especificou que, por exemplo, a comissão de regeneração urbana será um “ponto de inflexão”. Servirá para “gerir o território de outra forma”, através da criação de espaços públicos, abertos e de convivência. Para a comissão das políticas sociais, a vice-presidente do Eixo Atlântico salientou a importância de a ver como um “escudo social de protecção para os mais vulneráveis”.

O Eixo Atlântico quer apostar num “modelo inovador” europeu relativo às infra-estruturas, principalmente no que diz respeito à ferrovia, mas também à mobilidade sustentável, através de uma visão apoiada no desenvolvimento tecnológico. A todas as comissões é empregue uma lógica ecológica, já que a sustentabilidade é ponto fulcral para o que se perspectiva serem as “cidades do futuro”. Todas as comissões, garantiu, “vão ao encontro dos objectivos definidos pela União Europeia”; contudo, cada uma terá de “estar enquadrada em cada autarquia”.

Do território, fazem agora parte os municípios de Amarante e Gondomar, bem como a província de Ourense e o município de Pontearias, na Galiza. Em 1995, o Eixo Atlântico integrava 13 entidades locais; este ano, esse número cresceu para 39. A euro-região, que conta com 7 milhões de habitantes, é a terceira zona com mais habitantes na Península Ibérica e a décima na Europa.