Detectada no México a mesma mutação das variantes da África do Sul e do Brasil

Ainda não se confirmou se os casos associados a esta mutação pertencem a uma nova variante do SARS-CoV-2 ou se é das linhagens do coronavírus encontradas na África do Sul e do Brasil.

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Coronavírus SARS-CoV-2 NIAID

A Universidade de Guadalajara e a empresa Genes2Life (ambas no México) detectaram na semana passada a mutação E484K em quatro casos confirmados de infecção por coronavírus SARS-CoV-2. Essa mutação está presente nas variantes inicialmente detectadas no Brasil e na África do Sul e tem sido uma das alterações genéticas que têm preocupado os cientistas. Contudo, ainda não se sabe se esses quatro casos estão associados a uma nova variante.

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A Universidade de Guadalajara e a empresa Genes2Life (ambas no México) detectaram na semana passada a mutação E484K em quatro casos confirmados de infecção por coronavírus SARS-CoV-2. Essa mutação está presente nas variantes inicialmente detectadas no Brasil e na África do Sul e tem sido uma das alterações genéticas que têm preocupado os cientistas. Contudo, ainda não se sabe se esses quatro casos estão associados a uma nova variante.

A universidade e a empresa anunciaram em comunicado que identificaram essa mutação graças a um sistema de detecção para mutações que foram descritas recentemente. No comunicado, refere-se ainda que das quatro pessoas testadas uma teve contacto com uma pessoa em Puerto Vallarta (no estado de Jalisco) e duas delas relataram não ter tido contacto com pessoas que tenham viajado do estrangeiro.

A E484K é uma mutação associada a uma fuga ao sistema imunitário em que se tem sugerido que permite uma menor interacção com os anticorpos neutralizantes contra a SARS-CoV-2. Já foi detectada nas variantes identificadas no Brasil e na África do Sul. Contudo, no comunicado, assinala-se que não se confirma que os quatro indivíduos tenham sido infectados com essas duas variantes. “Por isso, continuar-se-á a investigar com profundidade para se poder confirmar ou saber se é parte de uma variante que seja local”, lê-se.

“Temos de fazer mais estudos. Aquilo que podemos confirmar é que detectámos a mutação E484K e que este é um achado importante, uma vez que ainda não tinha sido reportada no México”, refere Natali Vega Magaña, responsável do Laboratório de Diagnóstico em Doenças Emergentes e Reemergentes do Centro Universitário de Ciências da Saúde da Universidade de Guadalajara. “Porém, estudos mais aprofundados, como o sequenciamento, são necessários, assim como a análise de mais amostras positivas.” Além disso, a investigadora sublinha que se deve ter cautela com esta informação, porque ainda é preliminar, mas que se sabe que esta mutação pode permitir que ocorra uma segunda infecção. “É importante não alarmar e tomar precauções, continuar com os cuidados de higiene, distanciamento social e uso correcto de máscaras.”