Lisboa e Vale do Tejo tem quase mais 800 pessoas internadas com covid-19 do que o Norte

Se se olhar para os casos acumulados, o Norte teve, desde o início da pandemia, quase mais 70 mil casos de covid-19 do que a região de Lisboa e Vale do Tejo, mas no mês de Janeiro esta zona do país tem registado muitos mais casos. Entre 1 de Janeiro e esta quarta-feira houve mais 7152 infecções registadas na área de Lisboa do que no Norte.

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Ambulâncias à porta do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, no sábado, depois de uma noite com filas ainda maiores Rui Gaudêncio

A área sob a alçada da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) tinha, esta quarta-feira, mais 784 pessoas internadas com covid-19 do que a da ARS Norte. Uma diferença que acompanha também o aumento de casos que se tem registado no país, e em que as duas regiões mais afectadas pela doença se têm vindo a distanciar ao longo deste mês de Janeiro. Entre 1 e 20 deste mês, LVT teve mais 7152 casos de covid-19 do que o Norte.

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A área sob a alçada da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) tinha, esta quarta-feira, mais 784 pessoas internadas com covid-19 do que a da ARS Norte. Uma diferença que acompanha também o aumento de casos que se tem registado no país, e em que as duas regiões mais afectadas pela doença se têm vindo a distanciar ao longo deste mês de Janeiro. Entre 1 e 20 deste mês, LVT teve mais 7152 casos de covid-19 do que o Norte.

Se olharmos para os números acumulados, o Norte continua a ser, de longe, a região do país com mais casos de covid-19 registados. Desde o início da pandemia, o Norte já teve mais 69.073 casos do que a região de LVT, mas a análise diária de casos registados durante o mês de Janeiro, mostra que esta última região ultrapassou quase sempre a do Norte e, por vezes, com uma diferença de casos superior a mil, como aconteceu esta terça-feira, em que foram contabilizados 5012 novos casos em LVT e 2970 no Norte do país. A diferença atenuou-se esta quarta-feira, com LVT a registar 5593 e o Norte 5097, uma diferença, ainda assim, de 496 casos.

E estes números, como temos vistos nos últimos dias, estão a ter consequências directas na pressão sobre os hospitais. Sobretudo na área da ARSLVT, em que durante o fim-de-semana se assistiu a longas filas de ambulâncias a aguardar à porta de alguns hospitais.

Não é por acaso. Segundo dados da ARSLVT, esta quarta-feira, havia 2282 pessoas internadas com covid-19 nos hospitais da região, 2016 dos quais em enfermaria, 263 em unidades de cuidados intensivos e três em hospitalização domiciliária. 

Na ARSN os números, também altos, não eram tão pesados: 1498 internados em geral, 1261 dos quais em enfermaria e 237 em cuidados intensivos. “Menos três do que ontem”, precisava fonte deste organismo em relação a este último dado, realçando: “Continuamos com capacidade de resposta.”

Já na área da ARS Centro, dados referentes a esta terça-feira, dia 19, indicavam a existência de 1133 pessoas com covid-19 internadas em enfermaria e 119 em cuidados intensivos. Desde o dia 1 de Janeiro que os números de internados em enfermaria na região têm estado a subir todos os dias e ontem eram mais do dobro dos internamentos registados no primeiro dia do ano, quando havia 520 internados com covid-19 nas enfermarias dos hospitais sob a alçada da ARS Centro. Olhando para os cuidados intensivos a diferença não é tão grande, mas também se faz sentir: a 1 de Janeiro havia 86 internados nestes serviços, contra os 119 registados esta terça-feira. 

Os dados fornecidos pela ARS Alentejo também mostram claramente que a pressão sobre os hospitais é hoje muito diferente do que era no final do ano. Nessa altura, a 31 de Dezembro, a taxa de ocupação de doentes com covid-19 em enfermaria era de 70% (98 internados para 140 camas disponíveis) e em cuidados intensivos de 66,7% (16 camas ocupadas das 24 existentes). Esta terça-feira os números indicavam que das 199 camas em enfermaria entretanto dedicadas à covid-19 na região, 164 estavam ocupadas (82,4%), o mesmo acontecendo a 33 das 34 camas disponibilizadas em unidades de cuidados intensivos (97,1%).

Na ARS Algarve a situação não é diferente do resto do país. Segundo os dados enviados ao PÚBLICO à meia-noite do dia 19 de Janeiro estavam internados naquela região 238 pessoas com covid-19 em enfermaria e 29 de UCI. E também aqui os números têm vindo a subir: a 4 de Janeiro eram 56 internados em enfermaria e 14 em UCI, no dia 8 estes números subiram para 86 e 22, respectivamente, e voltaram a subir, dois dias depois, a 10 de Janeiro, para 122 internados em enfermaria e 26 em UCI.

Além do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, com 904 camas (818 das quais em enfermaria), a região conta também com a enfermaria de cem camas que abriu a 10 de Janeiro no Pavilhão Arena, em Portimão, e uma estrutura de apoio de retaguarda activada num hotel do Alvor, a 11 de Janeiro, estando em curso o recrutamento do recursos humanos para o seu correcto funcionamento.

Como se vêem pelos dados das ARS Alentejo e Algarve, o número de camas disponibilizadas para doentes com covid-19 não é fixo, e tem vindo a ser adaptado consoante as necessidades, além de estarem a abrir unidades de retaguarda.

Ainda esta quarta-feira o Hospital Garcia de Orta, em Almada, dava conta que tinha convertido mais 20 camas do serviço de Medicina 2 para doentes covid-19, depois de mais um dia em que os números de internamentos continuaram a subir. Esta quarta-feira estavam, à hora da informação divulgada pelo hospital, 160 doentes covid-19 internados em enfermaria, 18 em UCI e três em hospitalização domiciliária.

Notícia actualizada com dados da ARS Algarve.