Vitorino Silva dá sangue para servir de exemplo e sai das ruas se houver confinamento

O candidato já havia prometido que uma das primeiras acções de campanha seria uma dádiva de sangue, para servir de exemplo. Pela mesma razão, em confinamento, o candidato promete deixar as ruas e ir para casa.

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Vitorino Silva, candidato apoiado pelo RIR DRO DANIEL ROCHA

O candidato presidencial Vitorino Silva foi nesta segunda-feira dar sangue e “um pouco de coragem” para servir de exemplo aos portugueses que “têm receio” de ir aos hospitais por causa da pandemia de covid-19.

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O candidato presidencial Vitorino Silva foi nesta segunda-feira dar sangue e “um pouco de coragem” para servir de exemplo aos portugueses que “têm receio” de ir aos hospitais por causa da pandemia de covid-19.

Há muitos dadores que deixaram de vir ao hospital e agora, que é preciso sangue, temos de ter coragem. Eu vim aqui humildemente dar um pouco da minha coragem”, afirmou hoje de manhã no Hospital de São João, no Porto, o candidato e fundador do partido Reagir, Incluir, Reciclar (RIR).

Na unidade hospitalar, que sempre esteve na linha da frente na luta contra a covid-19, Vitorino Silva, conhecido como Tino de Rans, percorreu todos os passos necessários para a dádiva de sangue e faz questão de passar a mensagem: “Do pouco se faz muito”, por isso, apelou a todos para darem “um pouquinho”.

Afirmando não conhecer “nenhum rio que nasça no mar” e lembrando que “a nascente não tem tanta água como a foz”, o candidato mostrou-se confiante de o seu exemplo pode motivar mais portugueses a fazer o mesmo: “Se a minha gota de sangue, se o sangue que eu der, se todos os portugueses derem, há muitos caudais e chegamos ao mar”. E explicou que “o mar” simboliza “chegar aos hospitais porque eles precisam que as pessoas não tenham medo”.

A directora do serviço de Imunoterapia e Banco de Sangue do Hospital de São João, Maria do Carmo Koch, considerou a iniciativa protagonizada hoje por Vitorino Silva como “louvável”, de uma “coragem enorme” e “um exemplo”, considerando que as “figuras públicas têm sempre um impacto enorme”. “Nós precisamos sempre de sangue, os doentes do hospital estão sempre a ter necessidade de sangue, o sangue é um bem essencial à vida e, portanto, há sempre essa necessidade”, afirmou a responsável aos jornalistas.

Janeiro é, por norma, um mês em que há uma diminuição nas dádivas por causa dos problemas respiratórios.

A campanha eleitoral está a realizar-se em pleno estado de emergência e sob a ameaça de um novo confinamento que pode ser implementado ainda esta semana. Vitorino Silva reforçou hoje que, com o confinamento, irá sair da sua sede de campanha “que é a rua” e vai para casa, mantendo, no entanto, os debates televisivos agendados e passando a campanha para o “online” e redes sociais.

“Vou para casa se todos os portugueses forem, porque eu não quero ser um português de primeira e o povo ser de segunda. Eu sou contra as mordomias dos políticos e esta é a mensagem que quero passar”, afirmou.

Na terça-feira irá participar na reunião no Infarmed, depois de ter recebido o convite oficial, e, para quarta-feira, tem prevista uma iniciativa relacionada com hortas biológicas.

“Quero ser Presidente da República do Portugal todo, não quero ser Presidente da República de um Portugal inclinado e tudo farei para que este Portugal às vezes passe para o urbano e às vezes passe para o rural. E tenho a certeza de que vou ter votos no rural e no urbano”, salientou.

Antes de sair do Banco de Sangue, Vitorino Silva ensaiou para os repórteres de imagem um “voto antecipado", colocando um papel relacionado com processo de dádiva de sangue numa “urna” e foi beber a “melhor meia de leite do mundo”.