Marcelo não faz mensagem de Ano Novo por ser candidato

O actual Presidente segue o exemplo de Soares e Sampaio. Cavaco foi o único chefe de Estado que dirigiu mensagem ao país em pré-campanha eleitoral.

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Marcelo não quer confundir as funções presidenciais com a condição de candidato LUSA/PAULO NOVAIS/POOL

O Presidente da República não vai dirigir a tradicional mensagem de Ano Novo aos portugueses no dia 1 de Janeiro de 2021, por se encontrar já nessa altura na condição de recandidato ao cargo.

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O Presidente da República não vai dirigir a tradicional mensagem de Ano Novo aos portugueses no dia 1 de Janeiro de 2021, por se encontrar já nessa altura na condição de recandidato ao cargo.

Marcelo Rebelo de Sousa segue assim os exemplos do Mário Soares e Jorge Sampaio, que em 1991 e 2001, respectivamente, se encontravam já em período de campanha eleitoral num momento em que se recandidatavam à Presidência da República.

Não é o caso de 2021, em que a campanha só se inicia a 10 de Janeiro, mas mesmo assim Marcelo “decidiu não dirigir a tradicional mensagem de Ano Novo aos Portugueses, pois participa, na qualidade de candidato às eleições presidenciais, em debates com outros candidatos nos dias imediatos”, segundo a nota publicada esta segunda-feira no site da Presidência.

Neste comunicado, lembra-se que a mensagem de Ano Novo do Presidente da República “é uma tradição de muitas décadas, praticamente desde que há televisão em Portugal”. Depois do 25 de Abril, no entanto, apenas Cavaco Silva a proferiu antes das eleições presidenciais em que era candidato, ainda que “antes do início da campanha eleitoral”, sublinha a nota.

Ainda assim, Marcelo quis marcar a diferença: não estando ainda em campanha eleitoral, será o primeiro Presidente da República em democracia a não proferir a mensagem de Ano Novo antes das eleições presidenciais.

O outro Presidente da República em democracia foi Ramalho Eanes e este, em 1981, já o fez no âmbito do segundo mandato: as eleições presidenciais tinham sido já a 7 de Dezembro de 1980.