O “business as usual” face a um “outlier” histórico

Muita da política económica do presente baseia-se na experiência do passado. Ora a recessão covid-19 é um “outlier”. A extrapolação da experiência do passado, i.e., o “business as usual”, não serve para responder a um “outlier” desta natureza.

O choque económico causado pela pandemia de covid-19 tem tido um grande impacto em vários indicadores macroeconómicos e, surpreendentemente, um muito pequeno impacto noutros indicadores. Comecemos pelos mais surpreendentes. Em contabilidade pública, as Contribuições para a Segurança Social, CGA e ADSE diminuíram apenas 0,5% nos primeiros dez meses do ano, em comparação com o período homólogo. Ora, seria expectável que o aumento do desemprego e os programas de layoff temporário tivessem tido um impacto muito mais negativo nesta rubrica das receitas do que se está a verificar. Esses dados das Contribuições para a Segurança Social são consistentes com a evolução da receita do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS) que cresce +2,5% nesse período. Seria interessante perceber por que razão estas duas rubricas estão a evoluir desta forma relativamente favorável, dado o actual contexto, mas parece pouco provável que esta situação se mantenha.

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O choque económico causado pela pandemia de covid-19 tem tido um grande impacto em vários indicadores macroeconómicos e, surpreendentemente, um muito pequeno impacto noutros indicadores. Comecemos pelos mais surpreendentes. Em contabilidade pública, as Contribuições para a Segurança Social, CGA e ADSE diminuíram apenas 0,5% nos primeiros dez meses do ano, em comparação com o período homólogo. Ora, seria expectável que o aumento do desemprego e os programas de layoff temporário tivessem tido um impacto muito mais negativo nesta rubrica das receitas do que se está a verificar. Esses dados das Contribuições para a Segurança Social são consistentes com a evolução da receita do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS) que cresce +2,5% nesse período. Seria interessante perceber por que razão estas duas rubricas estão a evoluir desta forma relativamente favorável, dado o actual contexto, mas parece pouco provável que esta situação se mantenha.