Eixo Atlântico quer papel das cidades valorizado no plano de recuperação da covid-19

Revitalização da indústria agro-alimentar com menor pegada ecológica, modernização da ferrovia e do turismo e a digitalização dos processos administrativos são algumas das metas preconizadas no plano estratégico da organização de municípios do Norte e da Galiza. Para o Eixo Atlântico, a denominada “bazuca” europeia para a recuperação económica deve ter em conta o papel das cidades.

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Secretário-geral do Eixo Atlântico, Xoan Mao

O plano estratégico do Eixo Atlântico para a recuperação face à pandemia de covid-19 assenta na valorização das suas cidades, a partir de cinco dimensões: a revitalização económica, a transição digital, a transição verde, a coesão social e a cultura. Estes são os pilares que sustentam objectivos como a revitalização do emprego, a modernização dos parques empresariais e a reactivação de indústrias como a agro-alimentar, a digitalização de processos administrativos, o incentivo ao uso de energias limpas e a uma maior harmonia entre zonas urbanas e espaços verdes, a elaboração de planos de contingência face a eventos extremos, como incêndios e cheias, e a protecção de manifestações culturais locais.

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O plano estratégico do Eixo Atlântico para a recuperação face à pandemia de covid-19 assenta na valorização das suas cidades, a partir de cinco dimensões: a revitalização económica, a transição digital, a transição verde, a coesão social e a cultura. Estes são os pilares que sustentam objectivos como a revitalização do emprego, a modernização dos parques empresariais e a reactivação de indústrias como a agro-alimentar, a digitalização de processos administrativos, o incentivo ao uso de energias limpas e a uma maior harmonia entre zonas urbanas e espaços verdes, a elaboração de planos de contingência face a eventos extremos, como incêndios e cheias, e a protecção de manifestações culturais locais.

Todas estas intenções constam do plano estratégico pós covid-19 que a entidade vai apresentar ao Governo português, à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-Norte) e à Xunta da Galiza, entidade que governa a região autónoma no noroeste de Espanha, apresentado nesta quinta-feira, no salão nobre da Câmara Municipal de Braga.

Durante a sessão, o presidente da autarquia bracarense e do Eixo Atlântico, Ricardo Rio, frisou que estes serão os princípios orientadores na aplicação do financiamento proveniente quer do quadro plurianual 2021-27 da União Europeia (UE), que ascende a 1,1 biliões de euros para os 27 estados-membros, quer do instrumento financeiro de recuperação, a denominada “bazuca”, que atinge os 750 mil milhões em toda a UE.

“Durante a pandemia, as cidades estão a ser um pilar nas respostas às populações. Não é possível pensar o desenvolvimento dos territórios sem as estruturas representativas das cidades”, realçou. O autarca disse ainda que o financiamento disponível para o território abrangido pelo Eixo Atlântico é um “processo ainda em discussão”.

Fruto de uma conferência que reuniu especialistas e autarcas dos 35 municípios e províncias da organização, decorrida em Setembro último, em Pontevedra, o documento considera que o plano estratégico deve tornar as cidades “mais inteligentes”, na economia, na mobilidade, no ambiente, na coesão social e na actividade turística e cultural.

Ao lado de Ricardo Rio, o secretário-geral do Eixo Atlântico, Xoan Mao, frisou a importância da linha ferroviária de alta velocidade prevista para a euro-região – passa por Braga e pelo Aeroporto Francisco Sá Carneiro -, que vai ligar não só o Porto a Vigo, como Lisboa a Ferrol. O dirigente considerou ainda necessárias a adopção de um estatuto especial para os trabalhadores transfronteiriços na sequência da pandemia e a garantia de um “desenvolvimento policêntrico” entre costa atlântica e municípios mais interiores.

Os municípios de Amarante e Gondomar vão integrar o Eixo Atlântico, revelou ainda Xoan Mao, durante a sessão. Além dos municípios do distrito do Porto, também a província de Ourense e o município de Pontearias, na Galiza, vão ser admitidos numa organização que vai passar a ter 39 membros, 19 portugueses. A adesão vai ser concretizada em Fevereiro de 2021.