Narcotraficante Franklim Lobo nega acusações e diz que era perseguido por inspector da PJ

Conhecido como o maior traficante português, Franklim Lobo começou a ser julgado esta quinta-feira em Lisboa e nega as acusações.

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Fábio Augusto

Franklim Lobo, conhecido como o maior traficante português e que foi acusado de associação criminosa e tráfico de estupefacientes agravado no âmbito da Operação Aquiles, começou esta quinta-feira, 10 de Dezembro, a ser julgado em Lisboa e nega as acusações, dizendo que era perseguido pelo ex-inspector da Polícia Judiciária, Carlos Dias Santos.

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Franklim Lobo, conhecido como o maior traficante português e que foi acusado de associação criminosa e tráfico de estupefacientes agravado no âmbito da Operação Aquiles, começou esta quinta-feira, 10 de Dezembro, a ser julgado em Lisboa e nega as acusações, dizendo que era perseguido pelo ex-inspector da Polícia Judiciária, Carlos Dias Santos.

Carlos Dias Santos já foi julgado no âmbito do mesmo processo com mais 26 arguidos, tendo o Ministério Público (MP) pedido penas efectivas para todos. Neste processo, segundo a acusação, Carlos Dias Santos e outro ex-inspector da PJ, Ricardo Macedo, teriam ligações ao tráfico internacional, através da passagem de informações aos traficantes. Um desses traficantes seria Franklim Lobo.

“Não conheço, nunca estive nesses encontros e não sou eu nessas escutas” foram as frases mais repetidas por Franklim Lobo, que afirmou em tribunal que a acusação do MP não passa de “uma falsidade” e que as conversas das escutas “foram distorcidas”.

De acordo com a acusação, há quatro ocasiões em que o arguido é apanhado em escutas telefónicas. Segundo o MP, Franklim Lobo liderava um grupo que trazia droga, nomeadamente cocaína, para Portugal, por via aérea ou marítima.

Franklim Lobo diz que era perseguido pelo inspector Dias Santos, pelo procurador Vitor Magalhães e que há um estigma contra si. “Esse procurador persegue-me há mais de 30 anos”, disse, sublinhando que, no caso de Dias Santos, era notório que também o perseguia porque aparecia em todos os processos de que foi alvo. Neste ponto, o arguido foi advertido pela juíza para não fazer essas considerações, devendo cingir-se aos factos.

O arguido diz que só teve dois números de telefone na vida: um espanhol e um português. Quando a juíza insistiu em perguntar se teve ou não as conversas que estão nos autos, Franklim Lobo negou, pedindo que se façam perícias as escutas.

O arguido diz que nunca teve nada a ver com tráfico de estupefacientes e que sempre se dedicou à restauração. “Nessa altura (2015 a 2016) tinha uma churrasqueira com a minha mulher em Espanha e depois evoluímos para uma marisqueira”, explicou, acrescentando que só conhece algumas pessoas que constam do processo, mas que há outras com quem a acusação diz que teve conversas, mas que este nem as conhecia.

Segundo a acusação, Franklin Lobo pagaria aos inspectores da PJ para receber informações, mas este diz que nem conhece esses inspectores.