Marcelo Rebelo de Sousa e Rui Rio lembram juntos 40 anos da morte de Sá Carneiro

Em 4 de Dezembro de 1980, Francisco Sá Carneiro, então primeiro-ministro, e Adelino Amaro da Costa, ministro da Defesa, morreram na queda do avião Cessna quando partiram de Lisboa para um comício de campanha no Porto.

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Francisco Sá Carneiro, um dos fundadores do PSD, era o então primeiro-ministro LUIS VASCONCELOS/ARQUIVO

O Presidente da República e antigo líder do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa, e o actual presidente do partido, Rui Rio, vão assinalar esta sexta-feira os 40 anos da morte do fundador Francisco Sá Carneiro numa iniciativa da JSD.

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O Presidente da República e antigo líder do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa, e o actual presidente do partido, Rui Rio, vão assinalar esta sexta-feira os 40 anos da morte do fundador Francisco Sá Carneiro numa iniciativa da JSD.

A Juventude Social-Democrata (JSD) recolheu e juntou em livro 40 testemunhos de homenagem a Sá Carneiro de personalidades da sociedade portuguesa, como os ex-líderes do PSD Francisco Pinto Balsemão, Cavaco Silva ou Pedro Passos Coelho, o antigo presidente do CDS-PP Paulo Portas e figuras do PS como João Soares.

O livro “40 anos, 40 testemunhos sobre Sá Carneiro” será apresentado esta sexta-feira às 15h, no Grémio Literário, em Lisboa, numa iniciativa que contará com a presença e intervenções do Presidente da República, Marcelo Rebelo Sousa, do presidente do PSD, Rui Rio, e do líder da JSD, Alexandre Poço, que também prefaciam a obra.

No seu prefácio, Marcelo Rebelo de Sousa recorda Francisco Sá Carneiro como “a grande referência pessoal e política” do PSD e, para Portugal, como “quem viu e quis, antes de todos, o que haveria de ser o futuro”.

O chefe de Estado recorda que o fundador do partido cedo definiu o PSD como o “grande partido do centro”, quando a maioria o via mais como “um partido liberal de espaço muito questionável”, e considerou-o decisivo na adesão e congregação “de todos os futuros líderes do partido até aos primórdios do século XXI”.

Rui Rio, no seu prefácio, reiterou que aderiu ao então PPD por ser o partido de Sá Carneiro, e destacou a sua “coragem e coerência” políticas.

“Sá Carneiro definiu um rumo para o PPD/PSD: seria um partido de centro, mais exactamente, de centro esquerda. Compreendido o momento e as circunstâncias em que o fez, eu definiria hoje o PSD como um partido do centro, que, a par das liberdades e da qualidade da própria democracia, se preocupa com a classe média, com o emprego, com a criação de riqueza e, fundamentalmente, com o futuro do país”, escreve o líder do PSD, no livro que será hoje apresentado.

Rio aproveitou o seu prefácio da obra para salientar que, se o PSD “respeita as minorias”, é um partido “de vocação maioritária” e que recusa os extremismos.

“Não nos deixamos iludir, nem acreditamos em movimentos que se alimentam de ódios, de divisões e da fraqueza de alguns grupos menos protegidos. A política existe para resolver os problemas das pessoas e, nunca, para tentar tirar dividendos partidários desses mesmos problemas”, considerou, reiterando a sua defesa de reformas no sistema político para travar “uma crescente degradação da democracia representativa”.

Marcelo Rebelo de Sousa, Rui Rio, Conceição Monteiro, Francisco Pinto Balsemão, Aníbal Cavaco Silva, Paulo Portas, Pedro Passos Coelho, João Soares, Manuela Ferreira Leite, Pedro Santana Lopes, Maria João Avillez, Pedro Mexia, José Miguel Júdice, Luís Marques Mendes, Guilherme d"Oliveira Martins, Adriano Moreira, entre outros, são alguns dos nomes que deram o seu testemunho para este livro.

Em 4 de Dezembro de 1980, Francisco Sá Carneiro, então primeiro-ministro, e Adelino Amaro da Costa, ministro da Defesa, morreram na queda do avião Cessna quando partiram de Lisboa para um comício de campanha no Porto, assim como a tripulação e restante comitiva: Snu Abecassis, Manuela Amaro da Costa, António Patrício Gouveia, Jorge Albuquerque e Alfredo de Sousa.

Inicialmente, o motivo da queda foi atribuído a um acidente, mas, anos mais tarde, após várias comissões parlamentares de inquérito, ganhou força a tese de atentado, nunca tendo sido incriminados os suspeitos da alegada sabotagem da aeronave.