MotoGP em Portimão não terá público

Grande Prémio de Portugal realiza-se entre 20 e 22 de Novembro.

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Duarte Drago

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou, este sábado, que o MotoGP não terá público. “Já foi comunicado ao promotor que o próximo grande prémio de motociclismo (MotoGP) não terá público”, afirmou o primeiro-ministro.

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O primeiro-ministro, António Costa, anunciou, este sábado, que o MotoGP não terá público. “Já foi comunicado ao promotor que o próximo grande prémio de motociclismo (MotoGP) não terá público”, afirmou o primeiro-ministro.

O Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, foi escolhido para uma das corridas do Campeonato do Mundo da mais importante categoria do motociclismo de velocidade. A prova realiza-se a 20 e 22 de Novembro, em Portimão.

Prova de F1 falhou teste de público nas bancadas 

A decisão surge depois de Portugal ter recebido no passado fim-de-semana uma prova do campeonato do Mundo de Fórmula 1 pela 17.ª vez, beneficiando da revolução na época provocada pela pandemia de covid-19. No total, foi autorizada a presença de 27 mil espectadores nas bancadas. Só que a forma como o público não guardou as distâncias de segurança durante a competição mereceu críticas de diversos sectores, incluindo das autoridades de saúde. Graça Freitas assumiu que “houve coisas que correram bem e coisas que correram menos bem”, embora tivesse acrescentado que a situação não tinha sido “catastrófica”.

Na conferência de imprensa deste sábado, contudo, o primeiro-ministro criticou a forma como a prova foi organizada. “Já foi comunicado ao promotor que o Grande Prémio de motociclismo não terá público, porque está revelada a incapacidade de organizar eventos com público. Não podemos voltar a correr riscos, e, portanto, não está autorizado”, disse António Costa.

Já antes, aliás, o secretário de Estado da Saúde, Diogo Serras Lopes, tinha deixado a indicação de que essa deveria ser a decisão a adoptar. “A evolução da pandemia faz com que todas as medidas, todos os eventos e tudo aquilo que irá acontecer no futuro seja permanentemente avaliados e sejam tomadas as melhores decisões em função daquilo que é a evolução da pandemia e do que acontecer ao longo destes dias”, preveniu na conferência de imprensa da Direcção-Geral de Saúde da véspera.

Medidas preventivas não convencem

Foram, portanto, insuficientes para convencer as autoridades governativas nacionais as medidas preventivas que a Dorna, entidade organizadora do Mundial de motociclismo de velocidade, se preparava para pôr em prática de forma a garantir condições de segurança para a realização da corrida portuguesa.

Nestas incluía-se um voo charter para transportar todos os intervenientes entre Valência (local das duas provas que antecediam a competição em Portimão) e o Algarve, bem como a criação de uma bolha de segurança, detalhe que aliás tem sido prática habitual desde que as motos voltaram a acelerar.

Só que as imagens vistas por todos durante o GP de Portugal de Fórmula 1, com milhares de espectadores aglomerados, e os 14 casos de covid-19 entre elementos das equipas de F1 que estiveram no Algarve, a maioria detectados nos testes efectuados nas unidades de saúde da região devido a alguns sintomas apresentados, fez soar os sinais de alarme.

A própria delegada regional de saúde, Ana Cristina Guerreiro, referiu-se a situações que gostaria de ver alteradas em futuros eventos. E chegou a elencar os principais problemas que encontrou, referindo-se a vigilantes pouco exigentes no cumprimento do uso da máscara, e a uma mobilidade do público que não deveria ter sido permitida.

O Mundial de motociclismo de velocidade vai assim disputar-se no circuito de Portimão entre 20 e 22 de Novembro mas sem público e Miguel Oliveira, o único português a competir em MotoGP, a categoria rainha da modalidade, fica sem poder contar a seu favor com o apoio dos seus compatriotas, naquela que seria uma situação inédita naquele desporto motorizado.