No dia em que chegou a uma pequena aldeia no Quénia, para um projecto no qual trabalhou durante um mês e meio, em 2008, o coreógrafo grego Christos Papadopoulos recebeu uma série de instrução práticas por parte dos guias locais: depois do pôr-do-sol, devia encontrar-se perto da fogueira — caso contrário, poderia não sobreviver; se tomasse um duche depois do pôr-do-sol, a partir de um sistema artesanal que recolhia água do subsolo, poderia ser comido por um leão; caso se visse de facto diante de um leão, sabendo que em 99% das ocasiões estaria destinado a servir de jantar, deveria manter-se firme na sua posição e passar ao felídeo a mensagem de que era ele, Christos, a autoridade naquele confronto; na eventualidade de um búfalo carregar sobre si, deveria esperar quieto pela investida do animal e só no derradeiro momento desviar-se. A vida, na savana, era simples. Qualquer erro podia ditar a sua morte, mas nada havia de extraordinário nisso. O mundo seguiria imperturbável.
Opinião
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