Eutanásia: Igreja diz que referendo seria oportunidade para sociedade reflectir

Deputados vão discutir e votar a proposta de referendo sobre a eutanásia ainda em Outubro.

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Petição com mais de 95 mil assinaturas será discutida a 22 ou 23 de Outubro Daniel Rocha

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) considerou nesta segunda-feira que um referendo sobre a eutanásia “seria uma oportunidade” para a sociedade pensar sobre esse assunto.

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A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) considerou nesta segunda-feira que um referendo sobre a eutanásia “seria uma oportunidade” para a sociedade pensar sobre esse assunto.

“Se o referendo fosse aprovado seria uma oportunidade para a sociedade pensar sobre esse assunto", afirmou o porta-voz da CEP, Manuel Barbosa, numa conferência de imprensa em Fátima, após a reunião do Conselho Permanente.

Apesar de a Igreja considerar que “a vida não é referendável”, Manuel Barbosa salientou que havendo uma petição “com cerca de 100 mil assinantes” em defesa do referendo, este deveria avançar.

O porta-voz da CEP frisou que a Igreja está “atenta e preocupada” com a existência de legislação que prevê a despenalização da eutanásia.

A decisão sobre a eutanásia no Parlamento deverá seguir duas fases, primeiro com a decisão se existe ou não um referendo e, se este for “chumbado”, com a votação da lei.

Os deputados vão discutir e votar a proposta de referendo sobre a eutanásia ainda em Outubro, antes de o Parlamento começar o debate e votação do Orçamento do Estado para 2021.

O Vaticano defendeu em Setembro que a eutanásia é um crime contra a vida humana, “um acto intrinsecamente mau, em todas as ocasiões e circunstâncias”, e criticou os países que o autorizam considerando-os “cúmplices deste grave pecado”.