Estatuto dos trabalhadores da Cultura “revisto e implementado” em 2021, diz GOP do Governo

Segundo o Governo, “a conclusão do novo estatuto dos profissionais da Cultura é uma peça decisiva para o futuro do sector cultural e criativo em Portugal”.

Foto
A ministra da Cultura, Graça Fonseca, no Parlamento LUSA/MÁRIO CRUZ

O estatuto dos profissionais da área da Cultura “será revisto e implementado” em 2021, lê-se no projecto de proposta de lei das Grandes Opções do Plano (GOP) para 2021.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O estatuto dos profissionais da área da Cultura “será revisto e implementado” em 2021, lê-se no projecto de proposta de lei das Grandes Opções do Plano (GOP) para 2021.

O documento, designado “Grandes Opções do Plano 2021/2023”, aprovado na quinta-feira pelo Conselho de Ministros e ao qual a agência Lusa teve acesso no domingo, calendariza para 2021 a aplicação de um estatuto laboral específico, há muito reivindicado pelos trabalhadores das Artes, Cultura e Espectáculos em condições de precariedade e intermitência.

Segundo o Governo, “a conclusão do novo estatuto dos profissionais da Cultura é uma peça decisiva para o futuro do sector cultural e criativo em Portugal” e cujas fragilidades foram este ano agudizadas por causa da pandemia da covid-19, com a paralisação de grande parte da actividade cultural durante vários meses.

Em Maio passado, já em plena paralisação do sector, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, comprometeu-se publicamente a ter o estatuto laboral dos trabalhadores — comummente descrito como “estatuto do intermitente” — até ao final do ano.

Na altura, Graça Fonseca disse que o estatuto do intermitente era uma das suas “três prioridades absolutas”. As outras eram: “Que esse estatuto seja feito este ano o mais rapidamente possível, para que no próximo ano [2021] já possa ter impacto na vida dos profissionais do setor” e que haja “um maior investimento público na Cultura”.

Em 26 junho, Graça Fonseca pedia aos deputados envolvimento e consenso sobre a criação do estatuto e voltou a prometer a apresentação de uma proposta até ao final deste ano.

“Era muito importante que nos entendêssemos, da direita à esquerda, até ao final do ano, termos este trabalho feito e podermos resolver finalmente o estatuto do profissional da Cultura”, disse.

Na área da Cultura, o projecto de proposta de lei das GOP para 2021 reúne medidas que o Governo já tinha manifestado anteriormente intenção de prosseguir, como a “modernização tecnológica de Museus, Palácios e Monumentos”, incluindo a disponibilização de bilhetes online, e a elaboração de um plano estratégico para o cinema e audiovisual.

A criação de uma lotaria de Património, em parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a implementação da Rede de Teatros e Cineteatros, a criação de uma Rede de Centros de Arte Contemporânea, de âmbito nacional, e a constituição de redes de bibliotecas públicas regionais, no âmbito das Áreas Metropolitanas e Comunidades Intermunicipais, são outras medidas apresentadas.

Destaque ainda para a conclusão “de um estudo nacional sobre o sector da Cultura e impactos da covid-19”, para “mapear e melhor conhecer o tecido cultural em Portugal”.

O projecto de proposta de lei das Grandes Opções do Plano (GOP) para 2021, aprovado na quinta-feira pelo Conselho de Ministros, será agora analisado e alvo de parecer por parte do Conselho Económico e Social (CES).

Em Abril, o parlamento aprovou um regime excepcional do processo orçamental que permitiu adiar a entrega do Programa de Estabilidade e que a apresentação da proposta das Grandes Opções seja feita com a do Orçamento do Estado para 2021.