Deutsche Grammophon publica a discografia completa da pianista Maria João Pires

“A sua forma de tocar piano tem sido frequentemente descrita como mágica, cativante e profundamente poética”, justifica a editora alemã na página de abertura do seu site. Maria João Pires - Complete Recordings on Deutsche Grammophon está disponível desde sexta-feira.

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O percurso artístico da pianista, distinguida com o Prémio Pessoa em 1989, remonta ao final dos anos 1940, quando, aos 4 anos, actuou em público pela primeira vez Nelson Garrido

A editora Deutsche Grammophon reuniu os 38 álbuns gravados pela pianista Maria João Pires para o seu catálogo, desde há 30 anos, e publica-os este mês numa só caixa, segundo o plano de novidades da editora. Maria João Pires - Complete Recordings on Deutsche Grammophon está disponível desde sexta-feira no site da etiqueta alemã, que apresenta esta “edição limitada” como uma “celebração da carreira da grande Maria João Pires”.

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A editora Deutsche Grammophon reuniu os 38 álbuns gravados pela pianista Maria João Pires para o seu catálogo, desde há 30 anos, e publica-os este mês numa só caixa, segundo o plano de novidades da editora. Maria João Pires - Complete Recordings on Deutsche Grammophon está disponível desde sexta-feira no site da etiqueta alemã, que apresenta esta “edição limitada” como uma “celebração da carreira da grande Maria João Pires”.

“A sua forma de tocar piano tem sido frequentemente descrita como mágica, cativante e profundamente poética”, escreve a Deutsche Grammophon (DG), no destaque dado à nova edição, na página de abertura do seu site.

Presente no catálogo da editora alemã desde 1989, Maria João Pires tem aqui algumas das mais premiadas gravações do seu percurso, como a integral dos Nocturnos de Chopin, com que obteve a primeira nomeação para os Prémios Grammy, em 1996, e as Sonatas n.ºs 16 e 21, de Schubert, que lhe deram a mais recente, em 2013, entre os finalistas de Melhor Intérprete a Solo.

Foram feitas também para a DG as “gravações lendárias” dos concertos de Mozart e Schumann, com o maestro Claudio Abbado e as orquestras Filarmónica de Viena e de Câmara da Europa; do Concerto n.º 23 do compositor de Salzburgo, com a orquestra do Mozarteum e o maestro Frans Brüggene; e do 2.º Concerto de Chopin, com a Royal Philharmonic e Andre Previn.

Na área da música de câmara, destacam-se as Sonatas para violino e piano de Beethoven, com Agustin Dumay, os trios de Brahms, com Dumay e o violoncelista Jian Wang, as obras de Schumann e Chopin, com o violinista Renaud Capuçon, o violetista Gérad Caussé, os violoncelistas Pavel Gomziakov e António Meneses e o oboísta Douglas Boyd.

Nos 38 CD, todos eles com reprodução das capas originais, e nas mais de cem obras que preservam, interpretadas pela pianista, a maior parte diz respeito a recitais a solo e a compositores como Bach, Beethoven, Chopin, Mozart, Schubert e Schumann. Mas também há obras de Brahms, Cesar Franck, Debussy, Grieg, Ravel.

A integral dos Impromptu (Improvisos), de Schubert, que editou em 1997 com o título A Viagem Magnífica, e as obras mais tardias de Chopin, que em 2009 lhe deram nova nomeação para os Grammy, são outras gravações de Maria João Pires na DG, que estão entre as mais celebradas pela crítica de revistas especializadas como a Gramophone, BBC Music Magazine, Clássica, Diapason ou a antiga Le Monde de La Musique. O último CD da caixa recupera o álbum de 2012 da pianista, sobre fados de António Victorino d'Almeida, gravado com Carlos do Carmo.

Esta edição é acompanhada por um texto da crítica britânica Harriet Smith que, ao longo dos anos, na revista Gramophone, mais tem seguido (e elogiado) o percurso de Maria João Pires. “Nenhum outro pianista está tão ciente do carácter inovador dos Nocturnos de Chopin do que Pires”, escreveu Smith.

Maria João Pires, a mais internacional e reputada das pianistas portuguesas, nasceu em Lisboa, a 23 de Julho de 1944. O seu percurso artístico remonta a finais dos anos 1940, quando se apresentou pela primeira vez em público, aos quatro anos.

Com a vitória no concurso internacional Beethoven (1970) e a conquista do prémio do Conselho Internacional da Música, da UNESCO (1970), o seu nome tornou-se recorrente nos programas das principais salas de concerto a nível mundial, e nos catálogos das principais editoras de música clássica: a Denon, primeiro, para a qual gravou a premiada integral das Sonatas de Mozart (1974); a Erato, a seguir, nos anos de 1980, onde deixou Bach, Mozart e uma das mais celebradas interpretações das Cenas Infantis, de Schumann; e depois a DG, a partir de 1989, o mesmo ano em que foi distinguida com o Prémio Pessoa (1989).

No seu percurso, destacam-se as parcerias com o pianista turco Hüseyin Sermet, com os maestros Claudio Abbado, Pierre Boulez, Frans Bruggen, John Eliot Gardiner, Michel Corboz, Armin Jordan, Claudio Scimone e Theodor Guschlbauer, entre outros.

Tocou com as mais importantes orquestras, da Filarmónica de Berlim à Filarmónica de Londres, e fundou o projecto artístico Associação Belgais, que regressou à actividade regular no ano passado. Em 2015, venceu o prémio Gramophone, com a gravação, para a Onyx, dos Concertos n.ºs 3 e 4 de Beethoven, com a Orquestra Sinfónica da Rádio Sueca e o maestro Daniel Harding.