PCP apresenta candidato presidencial este mês

Jerónimo de Sousa está disponível para negociar Orçamento de Estado com o Governo, mas tem visto sinais que o preocupam.

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O PCP apresentará o seu candidato presidencial “ainda este mês”, revelou neste sábado Jerónimo de Sousa, durante uma visita a alguns locais da Festa do Avante!. “Não será esta semana, mas este mês”, assegurou o secretário-geral do partido. 

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O PCP apresentará o seu candidato presidencial “ainda este mês”, revelou neste sábado Jerónimo de Sousa, durante uma visita a alguns locais da Festa do Avante!. “Não será esta semana, mas este mês”, assegurou o secretário-geral do partido. 

Com Edgar Silva ao seu lado a propósito de uma exposição sobre as levadas da Madeira, Jerónimo Sousa não associou a presença do último candidato do PCP a uma possível candidatura a Presidente da República. “Ele [Edgar Silva] foi um bom candidato, independentemente do resultado (…), mas será o Comité Central a decidir ainda este mês quem será esse candidato”, acrescentou. 

O líder comunista anunciou ainda que o PCP vai apresentar em breve um conjunto de propostas no âmbito da discussão para o Orçamento do Estado para 2020, mas não está muito satisfeito com os sinais que têm vindo do Governo, que quer um acordo com os partidos de esquerda. 

“Aqui estamos com franqueza a dizer quais os nossos objectivos. Ainda não ouvimos o Governo dizer em que sentido esses apoios que estão anunciados são para reforçar a fatia de leão do capital, ou se correspondem à defesa dos serviços públicos. É preciso que os trabalhadores portugueses, os pequenos e médios empresários e os agricultores sintam confiança que é possível sair desta recessão”, afirmou. 

António Costa afirmou recentemente que gostaria de ter um acordo com os partidos de esquerda para a legislatura. Jerónimo de Sousa diz que é “dispensável um acordo escrito” como houve no passado por insistência do então Presidente da República, Cavaco Silva. 

O líder comunista diz desconhecer ainda a proposta para o Orçamento do Estado, mas quando ela for conhecida afirma que o PCP “estará disposto a dar a sua contribuição numa perspectiva de ruptura com o passado”. 

Mas, para já, pelo que tem ouvido do Governo em matéria de propostas para o OE, Jerónimo de Sousa não está muito optimista quanto a um eventual acordo. “Ultimamente tenho ficado um pouco preocupado. Designadamente em matéria do salário mínimo nacional, com a ideia de um aumento poucochinho. Outra preocupação é a notícia que, relativamente aos trabalhadores da função pública, manter o congelamento prolongado dos salários. São maus sinais”, salientou. 

Jerónimo disse ainda que a afirmação de António Costa, de que se não houver um acordo para o OE há uma crise política, “não ajuda nada”. “Procurar uma posição de ameaça e de chantagem não ajuda nada. O tempo é de procurar soluções.” 

Questionado pelos jornalistas sobre as afirmações do Presidente da República, que disse não estar tão optimista como o PCP e DGS relativamente à realização da Festa do Avante!, Jerónimo de Sousa aconselhou-o a voltar a visitar a festa como já fez no passado, e “ver para crer, em vez de fazer juízos de valor”. “Talvez queira dar uma mãozinha ao seu partido”.