Jan Garbarek e China Moses no Festival Internacional de Música de Espinho

O saxofonista norueguês actua a 21 de Novembro e a cantora norte-americana a 2 de Outubro. O festival tem início marcado para dia 25 deste mês e prolonga-se até Dezembro.

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Jan Garbarek actuará no Auditório de Espinho na companhia do percussionista indiano Trilok Gurtu DR

A 46.ª edição do Festival Internacional de Música de Espinho arranca no próximo dia 25 e levará à cidade sete concertos por artistas como o saxofonista Jan Garbarek e a cantora China Moses, revelou esta quinta-feira a organização.

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A 46.ª edição do Festival Internacional de Música de Espinho arranca no próximo dia 25 e levará à cidade sete concertos por artistas como o saxofonista Jan Garbarek e a cantora China Moses, revelou esta quinta-feira a organização.

Promovido pela Academia de Música de Espinho e tendo como palco principal o auditório dessa instituição do distrito de Aveiro, o evento adaptou-se às restrições impostas pela pandemia de covid-19, reviu a respectiva programação e terá plateias mais limitadas em termos de lotação.

Ainda assim, o presidente do conselho directivo da Academia, Alexandre Santos, declara à Lusa: “Apesar de apresentar um número mais reduzido de concertos e de decorrer num período mais espaçado, entre Setembro e Dezembro, a 46.ª edição do FIME mantém uma estrutura de programação que materializa a identidade do festival, apresentando um conjunto de projectos de grande recorte artístico, onde a música erudita, desde o barroco ao contemporâneo, se combina com o jazz, sempre com propostas diferenciadas e oportunidades imperdíveis de contactar com grandes músicos e obras de referência”.

O norueguês Jan Garbarek actuará a 21 de Novembro no Auditório, num concerto que, contando com o percussionista indiano Trilok Gurtu, antecipa elementos de improvisação jazzística e música tradicional escandinava, num cruzamento que se alargará ainda a instrumentos e ritmos da Ásia.

Já a intérprete e apresentadora televisiva China Moses, descrita como estrela em ascensão no panorama norte-americano, estará em palco a 2 de Outubro com a Orquestra de Jazz de Espinho, sob a direcção de Daniel Dias e Paulo Perfeito. Irá percorrer diversos estilos da música negra americana, entre homenagens a grandes cantoras de jazz, a referência aos blues e à soul, e incursões no swing e hip hop.

Do cartaz de 2020 do FIME, Alexandre Santos destaca ainda “dois imperdíveis concertos de música barroca na Igreja Matriz de Espinho, por notáveis agrupamentos franceses”. Em causa está, a 1 de Outubro, o espectáculo em que o colectivo Le Poème Harmonique explora os Ofícios das Trevas, recorrendo a algumas das composições mais expressivas da música católica para motivar uma “reflexão sobre o momento actual” e, a 6 de Dezembro, a actuação do grupo Le Banquet Céleste, em que a soprano Céline Scheen, o contratenor Damien Guillon, o tenor Thomas Hobbs e o baixo Benoît Arnould protagonizarão “três das cantatas de Natal de Bach”, que “raramente” são interpretadas em salas portuguesas e fecham o festival com uma expressão “de grande esperança”.

Dois outros concertos do 46.º FIME são o da Orquestra Clássica de Espinho com o pianista espanhol Javier Perianes, que a 25 de Setembro se propõe assinalar os 250 anos do nascimento de Ludwig van Beethoven, e o dos colectivos portugueses FIME Ensemble e Drumming GP com solos de percussão de Miquel Bernat, que a 30 de Outubro irá explorar a obra Music for 18 musicians do compositor minimalista norte-americano Steve Reich.

O cartaz de 2020 inclui ainda, a 21 de Novembro, o espectáculo Montevago pelo violinista Théo Ceccaldi e pelo pianista Roberto Negro, apontados como dois artistas italianos em ascensão no panorama do jazz europeu.

Para Alexandre Santos, essa diversidade de propostas pretende demonstrar que as restrições impostas ao sector pela pandemia de covid-19 não podem desmotivar os agentes culturais. “A necessidade de voltarmos ao contacto com o espectáculo ao vivo, de contribuirmos para que a estagnada dinâmica cultural renasça e de darmos algum contributo — por parco que seja — para a expressão da criação artística leva a que não desistamos e tentemos contrariar o estado letárgico em que todos nos vimos inesperadamente lançados”, conclui.